No dia 28 de junho de 1969, eclodiram em Nova Iorque as Revoltas de Stonewall, lideradas, dentre outras pessoas, pelas mulheres trans Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera. Mais de cinquenta anos depois, no Brasil, a marginalização da população trans e travesti escancara a ineficiência do Poder Público em promover direitos básicos como à vida, à saúde, à moradia digna e ao emprego.
Esse foi um dos motivos da viagem de Robeyoncé Lima aos Estados Unidos neste mês de junho. Ali, onde se originou a data que leva o título de Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+, comemorada no dia 28, a deputada federal suplente da federação Rede/PSOL em Pernambuco denunciou a insuficiência dos mecanismos estatais na proteção de direitos.
“Foi no dia 24 de junho, há dois anos, que Roberta Silva, uma travesti que dormia nas ruas do Cais Santa Rita, em Recife, foi vítima de um assassinato cruel. Roberta foi queimada viva, em público, porque não existem políticas que nos assegurem uma vida digna”, alerta Robeyoncé.
Na sua atuação enquanto codeputada estadual na ALEPE, Robeyoncé conseguiu adicionar no calendário do estado o Dia Estadual de Combate ao Transfeminicídio, em 24 de junho, data que marca o assassinato de Roberta Silva. “Tomei a iniciativa para promulgação da Lei para chamar atenção para o tema. Mas a mudança exige também uma vontade política do Governo do Estado. Hoje, nós observamos que há pouca ou nenhuma política voltada para o público LGBTQIAP+”.
Na viagem, ela conseguiu fortalecer os laços que criou com mecanismos internacionais de combate a LGBTQIAP+fobia. No mês que vem, estará na Cidade do México, na Conferência promovida pelo Victory Institute, instituição de apoio à lideranças LGBTQIAP+ no mundo inteiro. “Pretendo compartilhar minhas experiências, denunciar a precariedade das políticas públicas brasileiras e conseguir traçar estratégias para reverter esse cenário conservador no nosso país”.