O Junho Verde – mês Internacional de conscientização sobre a escoliose – alerta para a importância da identificação precoce da deformidade na coluna vertebral, que atinge cerca de seis milhões de brasileiros e 3% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A condição acomete principalmente meninas, no início da adolescência, quando há progressão do crescimento. Apesar disso, estudos – a exemplo do realizado pela Scoliosis Research Society (Minneapolis - EUA) – atestam que, para mais de 80% dos casos, não há a identificação de causa específica para o problema, sendo, por isso, chamadas de idiopáticas.
Entre as causas conhecidas desse tipo de deformidade estão as congênitas (escoliose congênita), que se desenvolvem desde o nascimento e as neurológicas (escoliose neuromuscular). Quanto à classificação, a escoliose é classificada como infantil (quando em crianças de 0 a 3 anos); juvenil (em crianças de 4 a 10 anos); adolescente (dos 11 aos 18 anos); e no adulto (em pessoas acima dos 18 anos de idade).
A pessoa com escoliose apresenta curvaturas no formato de C ou de S – acima de 10 graus – no plano frontal. De forma prática, é possível observar a condição ao se perceber que se tem um ombro maior que o outro, a cintura mais para um lado ou um dos lados das costas mais alto. O médico ortopedista Thiago Pedro – especialista em cirurgias da coluna, com atendimento no SEOT (Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia) – afirma que a identificação ocorre de forma bem simples. “Basta pedir para o paciente se inclinar para a frente e verificar se um dos lados das costas tem uma saliência maior. Já o grau da curvatura da escoliose é identificado por exame de raio-X”.
Segundo o médico, sessões de fisioterapia, RPG e Pilates são indicadas para a convivência com o problema. “Para isso, é preciso haver a indicação de um especialista médico, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente”. O ortopedista acrescenta que a intervenção cirúrgica é indicada a depender do grau da curvatura. “A deformidade, quando atinge graus acima de 45, tem indicação cirúrgica. Esses casos, porém, são mais raros. Por isso, o acompanhamento com um especialista em coluna é fundamental".