Junho Verde é o Mês de conscientização da Escoliose. A escoliose é uma alteração tridimensional do alinhamento da coluna vertebral que pode trazer disfunções estéticas, psicológicas, cardíacas e pulmonares. O paciente acometido pelo problema tem como características os ombros desnivelados, cintura assimétrica e é comum um lado das costas ficar mais alto do que o outro quando se inclina o ombro para a frente. O dia 27 de junho foi escolhido como o Dia Internacional da Conscientização sobre a Escoliose Idiopática.
O cirurgião ortopedista da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), Carlos Romeiro explica que existe uma maneira simples e fácil dos pais identificarem se o filho tem a deformidade. “Os pais podem realizar o que chamamos de Teste de Adams, que é baixar-se tentando tocar os pés e verificando (pelas costas do paciente) se há alguma curvatura acentuada. Caso exista essa curvatura, pode ser um caso de escoliose”, esclarece Romeiro.
A escoliose pode ocorrer em consequência de algumas doenças, como a paralisia cerebral, mas também pode surgir de causa desconhecida que denominamos como idiopática. A idiopática é a mais comum de todas, representando cerca de 90% dos casos, acometendo 7 meninas para cada menino, o que sugere uma herança genética ligada ao sexo.
O problema, que aparece no período pré-puberal em torno dos 9 e 13 anos de idade, causa dores diárias, dificuldades respiratórias por conta da postura, inibição do desenvolvimento muscular. Impede também algumas atividades físicas e provoca traumas psicológicos. “Os pacientes de escoliose precisam de muita perseverança para recuperar a saúde e a autoestima. Além de um acompanhamento médico com o especialista no assunto”, alerta o ortopedista.
“O Junho Verde é um alerta para o diagnóstico precoce da escoliose. Isso é extremamente importante para que o médico possa interferir e iniciar o tratamento o quanto antes, evitando deformidades mais acentuadas que, geralmente, só podem ser tratadas por meio de procedimento cirúrgico”, destaca Carlos Romeiro.
*DADOS* - Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2 a 4% da população mundial sofre com o problema. Se o percentual for aplicado no Brasil, mais de 6 milhões de brasileiros podem sofrer de escoliose. Na maioria dos casos, não é necessária a cirurgia. O procedimento só é realizado nos casos mais graves, em cerca de 20% do total de pacientes.
*TRATAMENTO*– O tratamento da escoliose é baseado na análise do grau de curvatura, que é sempre feita através de radiografia. Curvatura até 20 graus (acompanhamento cirúrgico), para curvaturas entre 20 e 40 graus (se houver potencial de crescimento do paciente, se faz necessário utilizar coletes ortopédicos. E curvatura acima de 40 graus, são indicadas abordagens cirúrgicas.