São 235 leitos, entre UTIs e enfermaria. Esse é o total de vagas que, a princípio, deixarão de existir a partir do próximo dia 30 de junho. O número se refere ao somatório de leitos do Hospital Brites de Albuquerque, na Cidade Tabajara, em Olinda, e do Hospital de Retaguarda em Neurologia, no Prado, zona oeste do Recife.
A pouco mais de 20 dias do término do prazo, o deputado estadual Gilmar Júnior (PV), enfermeiro e presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE), publicou três indicações no Diario Oficial, a fim de impedir o fechamento das unidades de saúde.
Os hospitais prestam serviços gratuitos à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e foram ativados para atender à alta demanda de pacientes de Covid-19. Ambos são geridos por Organizações Sociais de Saúde (OSSs). A questão é que os contratos vigoram até o dia 30 e centenas de profissionais estão trabalhando sob aviso prévio.
“Esse cenário deixa claro algumas falhas da gestão estadual: a falta de agilidade na renovação dos contratos e a falta de comunicação e clareza para com toda a população, a respeito do que está sendo feito para não deixar que as unidades fechem as portas. Eu já vinha cobrando melhorias para o Brites de Albuquerque, inclusive, em março, indiquei para a governadora Raquel Lyra a reestruturação da unidade, a fim de valorizar a equipe técnica e prestar um melhor serviço à população, mas não tive qualquer resposta”.
Esta semana Gilmar Júnior voltou a jogar luz sobre o assunto: já foram duas indicações, a 2633/2023 e a 2647/2023. A primeira pede pela revogação das demissões no Hospital Brites de Albuquerque; já a segunda apela ao governo e solicita a ajuda do Ministério Público de Pernambuco para que os hospitais continuem em funcionamento. Isso porque, como afirma o parlamentar, apesar de decretado o fim do estado de emergência da pandemia e de atendido o objetivo inicial das unidades de saúde, os dois prédios têm infraestrutura, maquinário e equipes de profissionais capacitadas para minimizar a superlotação do SUS.
“O Hospital de Neurologia, por exemplo, recebe pacientes do Hospital da Restauração e é base de atendimento dos pacientes do Hospital Pelópidas Silveira, além de ter posição estratégica para o recebimento de pessoas, em estado crítico, vindas do interior, graças à localização entre as BRs 232 e 101. O volume de pacientes em busca de saúde na rede pública não admite diminuição de centenas de leitos, muito pelo contrário: o clamor é pela abertura de novos leitos! A saúde está agonizando sob os nossos olhos, enquanto esperamos por respostas e ações do governo!”, alertou o parlamentar.