terça-feira, 20 de junho de 2023

Festas juninas reacendem preocupação com fogos de artifício



O mês de junho traz um alerta importante aos brasileiros. O Junho Laranja é uma iniciativa que busca combater e prevenir acidentes por fogo e explosivos, conscientizando a população sobre a importância de adotar medidas preventivas contra as queimaduras. O assunto é pertinente especialmente na região Nordeste, onde é mais forte a tradição das festas juninas, com a realização de fogueiras e o uso de fogos de artifício para comemorar os santos da época – Santo Antônio, São João e São Pedro.

Queimaduras afetam crianças e adultos de qualquer faixa etária. Independente do agente causador, levam a 150 mil internações, todos os anos, no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Já de acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), uma em cada 10 pessoas tem um de seus membros superiores amputados ao manusear fogos de artifício.

Os números acendem o alerta nas unidades de saúde. Referência em Ortopedia, Traumatologia, Clínica Médica e Cirurgia Geral, o Hospital Miguel Arraes (HMA/FGH), em Paulista, Região Metropolitana do Recife, observa um aumento no número de amputações e desarticulações de dedos entre os meses de maio e julho em comparação aos demais meses do ano. Em 2022, 26 casos foram registrados no trimestre maio/julho contra 18 no trimestre janeiro/março, por exemplo, o que representa um aumento de 45% nesse tipo de atendimento.

De acordo com o coordenador de Ortopedia e Traumatologia do HMA, Adauto Telino, apesar de não ter comprovação sobre se, de fato, a amputação ou desarticulação atendida foi relacionada a fogos de artifício, os registros representam o típico acidente provocado pelo manuseio equivocado ou irresponsável desses explosivos, e nunca é demais fazer o alerta. “É um número bem considerável se levarmos em conta que o acidente poderia ser evitado pelo simples fato de não manipular os fogos ou, até, de ter cuidados redobrados ao fazê-lo”, afirma o especialista. “O trauma provocado pode trazer graves consequências à vida do paciente, como sequelas permanentes que dificultam as simples tarefas do dia a dia, a exemplo das amputações e de lesões na visão e na audição”.

EM CASO DE QUEIMADURA

Primeiramente, deve-se lavar o local com água corrente por até 15 minutos. Devem ser retirados anéis e alianças. Depois disso, o local da queimadura deve ser envolto por um pano limpo. Imediatamente procurar atendimento médico.

O QUE NÃO FAZER:

A lesão limpa é fundamental para a avaliação médica após a queimadura. Por isso, não se deve colocar manteiga, pó de café, clara de ovo, creme dental, pomadas ou qualquer receita caseira. A vítima não deve tocar na área queimada, não deve furar as bolhas e nem retirar qualquer tipo de tecido aderido à pele queimada.

Com informações da jornalista Iana Gouveia