quarta-feira, 7 de junho de 2023

Estesia Convida#5 leva música, artes cênicas e debate sobre produção cultural à Torre Malakoff no fim de semana



Nos dias 9 e 10, o coletivo artístico Estesia realiza mais uma edição gratuita do projeto, que conta com incentivo do Funcultura. Grupo recebe cinco convidados a cada dia 

Oferecer ao público uma nova experiência artística, aguçando os sentidos. Esta é a proposta de Carlos Filho, Cleison Ramos, Miguel Mendes e TomBC, que formam o coletivo Estesia. Depois de lançar no YouTube, no último dia 3 de junho, o filme do show gravado em 2021, o grupo promove, nos dias 9 e 10 (sexta e sábado), o Estesia Convida#5 na Torre Malakoff. Serão dois dias de rodas de conversa e shows, com a participação de convidados especiais. Os shows contarão com recursos como audiodescrição (9), interpretação em LIBRAS (9 e 10) e acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.

Será a maior estrutura já montada pelo coletivo, que se preocupa com questões como a ocupação dos espaços da cidade, procurando ressignificá-los, chegando agora a um equipamento público que acaba de reabrir após reforma no Bairro do Recife. Uma escolha simbólica, pois a região é palco recorrente do grupo. Para a noite de estreia, que terá como tema a ideia de ‘Territorialidade”, foram convidados: o mestre de maracatu e cirandeiro Anderson Miguel, a cantora, compositora e ativista LGBTQIA+ Jéssica Caitano, a realizadora cultural Mery Lemos, a bailarina Inaê Silva e o DJ Patrick Tor4. Já do segundo dia, pautado na temática “Do digital ao palco”, participam Matheus Bezerra, a cantora Bela Maria e João Victor, do coletivo Reverse, e a bailarina Taciana Gomes, além do DJ: IDLIBRA.

“O primeiro tema, ‘Territorialidade’, traduz nosso desejo de conversar sobre a influência do território com a música e a produção cultural, de como os convidados vivem e enxergam essas conexões interiores, incluindo o rótulo de música regional. Anderson é cirandeiro e mestre do Cambinda Brasileira, que é o mais antigo de Nazaré da Mata; Jéssica Caitano representa o Alto Sertão do Pajeú, é cantora e percussionista, compõe, é arte-educadora e grande ativista LGBTQIA+, e Mery Lemos tem sempre este trânsito entre o Recife e Carpina, com mais de 20 anos de realização cultural, em várias áreas. O time se completa com o DJ Patrick Torquato, um dos principais do Estado, e com Inaê, que é do mundo da dança, com formação em dança popular, balé clássico e dança contemporânea”, comenta o cantor e compositor Carlos Filho.

O segundo dia aponta para a realidade de artistas que se lançam no meio digital e só depois alcançam o palco formal. “’Do digital ao palco’ propõe percorrer como tem sido esta transição do digital para a estrada, e como os convidados veem esta construção de carreira. Vamos receber Bela Maria, que fez o The Voice, bem jovem, e tem se posicionado com força via redes sociais, tendo sido apontada como uma das promessas para 2023. Depois tem Matheus de Bezerra, que é um menino muito novo, com um posicionamento marcante no Instagram, pela forma de cantar e compor. Já João Victor é do Reverse e vai dividir com a gente essa coisa de fazer grandes festas e ocupar locais não convencionais, e Taciana é professora de dança, produtora e trabalha com dramaturgia. Por sua vez, IDLIBRA é uma DJ incrível, curadora do palco Kamikaze do Coquetel Molotov, e tem uma pesquisa muito legal da música eletrônica”, explica o cantor.

O clima de festa e celebração envolve as performances imersivas marcadas pelo ineditismo dos improvisos e também permeia os momentos de bate-papo que antecedem os shows. O palco é em formato arena, em que os artistas e público ficam juntos, envoltos nos mesmos desenhos de luz. Músicas autorais e reinterpretações de canções da MPB compõem o repertório. “Apesar das nossas composições, buscamos sempre estressar um limite entre a canção popular e o fazer eletrônico. Tem pot-pourri entre Chico Buarque e Banda Kitara? Sim, pois se sentimos que esse é um diálogo possível levamos para o palco. Tentar se equilibrar nessa corda balançada pelo moralismo comum é algo que excita nosso desejo, a gente ama e se joga. É preciso tirar a performance desse lugar “moralizante” que a crítica, em geral, busca colocar a música popular brasileira, principalmente a que acontece nas periferias”, defende Carlos Filho.

Serviço Estesia Convida #5
Dias 9 e 10/6 – Das 19h à 0h. Roda de conversa + show Estesia e convidados + DJ, na Torre Malakoff (Praça do Arsenal, Bairro do Recife). Gratuito. Entrada permitida a partir dos 12 anos.
Convidados: dia 9 – ‘Territorialidade’, com Anderson Miguel, Jéssica Caitano, Mery Lemos e Inaê Silva. DJ: Patrick Tor4. Dia 10: ‘Do digital ao palco’, com Matheus de Bezerra, Bela Maria, João Victor e Taciana Gomes. DJ: IDLIBRA