O cartão de crédito é um dos meios preferidos dos brasileiros para efetuar pagamentos, tanto que muitas pessoas possuem até mais de uma opção, somando assim um valor de limite maior. Por causa da facilidade que o cartão apresenta, como a opção de parcelamentos sem juros, fazer compras no crédito é considerado por muitos como uma das melhores opções. Mas essa relação entre salário e gastos mensais na modalidade pode ser uma verdadeira bola de neve para quem não tem consciência do poder de compra que possui, do valor que pode ser gasto por mês e do parcelamento nos meses seguintes sem comprometer as rendas futuras.
Segundo a economista e professora do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Lytiene Rodrigues Cunha, é preciso ter consciência de que o cartão de crédito não é uma extensão da renda e que só deve ser utilizado em condições realmente necessárias. "Economicamente falando, as pessoas devem buscar ajustar seus gastos, ter noção real da renda que possuem para não cair no endividamento", comenta.
Sobre o parcelamento de compras, Lytiene ressalta que não deve ter nenhum custo adicional, como cobrança de juros. "É preciso ficar atento porque algumas lojas cobram esse acréscimo no parcelamento das compras e não informam ao consumidor. Mas é preciso anotar todas as despesas parceladas e adicionar o valor total ao orçamento mensal, sem comprometer sua manutenção no mês. O valor deve ser pequeno para que o consumidor não corra o risco de não honrar com o pagamento", ensina.
O alerta principal fica no respeito aos pagamentos das faturas, porque caso deixe de ser paga em sua integralidade, os juros altos começam a incidir sobre o saldo devedor, tornando-se, geralmente, uma bola de neve, o que faz acionar a condição de rotativo do cartão.
"Segundo o Banco Central, em abril de 2023, a taxa de juros do cartão de crédito rotativo atinge 430,5% ao ano, a maior taxa desde 2017. Se o consumidor está endividado, é importante não sair com cartão de crédito para centros comerciais. Deixa em casa para evitar que os gastos aumentem", orienta.
Caso o parcelamento seja inevitável, a economista explica que é preciso evitar que incida juros sobre juros a cada mês. Caso precise realizar o parcelamento da fatura, é preciso evitar usar outros cartões para não contrair novas despesas que são desnecessárias até concluir o pagamento das parcelas por completo.
"O ideal é utilizar apenas um cartão de crédito, porque contribui para um controle maior dos gastos realizados. Caso tenha mais de um cartão, comece a utilizar apenas um. Pague as despesas realizadas nos demais e cancele", incentiva.