A Compesa iniciou a adequação estrutural de 13 unidades que vão operar com energia alternativa a partir deste mês. Para garantir a operação será utilizada energia adquirida no Ambiente de Contratação Livre (ACL), gerada por fontes renováveis, como eólica, solar, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH). A mudança na modalidade de aquisição de energia adotada pela Compesa é resultado de uma licitação realizada neste ano, em março, e da Parceria Público Privada (PPP) inédita entre as empresas de saneamento do País para Autoprodução de Energia, lançada pela Companhia no ano passado. Juntas, as inciativas vão contemplar 85 unidades consumidoras da Compesa em todo o estado, até dezembro de 2024.
As unidades são grandes consumidoras de energia, com potência instalada de 300 KW, e a mudança representa uma economia de 26% a 40% em relação à fatura praticada no ambiente de contratação regulado, além de ser mais uma ação que fortalece as práticas sustentáveis da empresa e dá mais autonomia ao funcionamento dos sistemas de água e esgoto. Atualmente, os equipamentos são supridos pelo chamado mercado cativo que, em Pernambuco, tem a Neoenergia como fornecedora. Nesse mercado, as tarifas são reguladas e estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
A adequação tem como objetivo principal a substituição do quadro de medição de energia. Neste mês, o serviço já foi concluído em unidades como as estações elevatórias de Jussara (Moreno), Paratibe (Paulista) e Tabocas (Caruaru). Pelos próximos 18 meses serão realizados serviços nas estações elevatórias Pirapama (Cabo de Santo Agostinho), Duas Unas (Jaboatão dos Guararapes), Monjope (Igarassu), Jussara (Moreno), dentre outras. São 20 unidades selecionadas pela empresa para serem atendidas pelo primeiro contrato e 65 unidades contempladas pelo contrato da PPP de Autoprodução de energia.
“O gasto com energia elétrica é bastante significativo para as companhias de saneamento. No Brasil, cerca de 98% delas têm entre seus três maiores custos as despesas com esse insumo. Na Compesa, os sistemas de abastecimento de água são os responsáveis por quase a totalidade do consumo de energia da empresa. Por isso, a importância da aquisição da energia de fontes alternativas”, explicou o gerente de Gestão Energética da Compesa, Milton Tavares.
As 20 unidades selecionadas para o primeiro contratação de energia no ACL consomem cerca de 73.000 MWh/ano – o que corresponde a aproximadamente 12% do consumo de energia total da Compesa. Isso representa um custo de R$ 37 milhões/ano para a empresa. O valor global arrematado nessa licitação foi R$ 34 milhões, que serão pagos com recursos próprios da Compesa, e o contrato terá duração de cinco anos. A estimativa é que o novo modelo gere uma economia em torno de R$ 62 milhões ao longo dos cinco anos de contrato, quando comparado ao mercado cativo.
Outras 65 unidades do contrato da PPP de Autoprodução de Energia também estão em processo de migração. O Parceiro Privado terá quatro anos para construir uma usina solar de 135MW no estado de Pernambuco e 25 anos para manter e operar a usina. Toda a energia será destinada às unidades consumidoras da Compesa. “A PPP, que está em curso e tem prazo de contrato de 29 anos, é o grande solução da Companhia na busca por fontes de energia renováveis e mais baratas que possam reduzir os custos e atender a demanda da empresa”, afirmou Tavares.
Em 2021, a Compesa foi responsável por 4% de toda a energia consumida em Pernambuco, número maior que os consumos individuais de 177 municípios do Estado.
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