sábado, 27 de maio de 2023

Casos de leptospirose preocupam médicos


 A chuva intensa que caiu sobre o Recife, Região Metropolitana e Zona da Mata do estado nessa quarta-feira acendeu o alerta para uma doença que, todos os anos, preocupa os profissionais de saúde no período chuvoso: a leptospirose. Muitas vezes negligenciada e subnotificada, a doença é transmitida pela urina de ratos contaminados pela bactéria Leptospira, presente em esgotos, bueiros e lixo, misturada à água das chuvas e à lama de enchentes.

O contato com a água contaminada pode provocar sintomas como febre, fadiga e dor muscular, que muito se assemelham aos da gripe, dengue e até Covid-19. “A pessoa tem febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente na batata da perna, podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse”, explicou o coordenador de Clínica Médica do Hospital Miguel Arraes (HMA/FGH), Fábio Queiroga.

Nos quatro primeiros meses deste ano, a unidade, localizada em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, relacionou 16 notificações de casos suspeitos da doença. Para o especialista, esse número deve aumentar a partir deste mês, uma vez que a exposição a alagamentos provocados pelas chuvas é um dos grandes riscos de contaminação da doença. Registros anteriores confirmam a previsão: apenas no mês de junho do ano passado, a Vigilância Epidemiológica Hospitalar (VEH/HMA) notificou 41 atendimentos suspeitos de leptospirose.   

Sintomas mais graves também podem surgir, como urina escura, cor de sangue, e olhos alaranjados, além de manchas de sangue na pele e sangramentos, insuficiência renal, hepática e respiratória, e que podem levar à morte. Por conta disso, é muito importante procurar as unidades de saúde caso tenha contato com a água das chuvas e for constatado algum dos sintomas previstos. 

“Não se deve fazer automedicação, pois a leptospirose pode se agravar de forma muito rápida. E a demora no diagnóstico pode agravar a doença, levando até ao óbito. Os casos mais leves podem ser tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam de internação”, alerta Fábio Queiroga. O tratamento é baseado no uso de medicamentos e outras medidas de suporte, orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados.

Com informações da jornalista Iana Gouveia