Alta no preço do peixe, chocolate e frutos do mar é a realidade apontada pela pesquisa realizada pela Confederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Divulgada no último dia 22, ela afirma que o varejo deve faturar R$ 2,49 bilhões este ano, representando um aumento de 2,8% se comparado ao mesmo período do ano passado. Quem lidera a lista dos mais caros é o chocolate, com 13,9% aparecendo como um dos itens mais caros nos supermercados.
Segunda a economista e professora do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Lytiene Rodrigues Cunha, o comércio espera um aquecimento nas vendas dos produtos mais consumidos para essa época como o peixe, frutos do mar, chocolates, leite de coco, bredo, tendo como expectativa, que o consumo hoje, tenha retomado ao período anterior a pandemia.
“A expectativa não é positiva, com o aumento médio de 35% no preço dos ovos de páscoa. Esse cenário está relacionado a redução da produção de cacau em 2022, no Brasil, que fechou com recuo de 0,9%; aumento do preço do leite em torno de 22%. Uma alternativa para as indústrias teria sido a baixa demanda no mercado internacional e queda no preço do chocolate, em torno de 25% a 30%, principalmente, no segundo semestre de 2022. Embora no Brasil, tenha se aumentado em 2022, a importação de chocolate em 6,5%, em termos de quantidade, não se comparou com as importações de 2020”, conta.
Por causa disso, a tendência é o aumento do consumo dos tabletes e caixas de bombons e dos ovos de Páscoa artesanais como alternativa para fugir um pouco da alta dos preços. Ainda de acordo com Lytiene, essa época do ano também tem um acréscimo no valor e na comercialização dos peixes e frutos do mar impulsionada pelo fato das pessoas estarem reunidas pós pandemia.
“Mas há um custo maior, em média de 8% para os principais produtos da cesta de páscoa, frente a inflação do período 5,5%, quando se analisa o último ano, segundo o IBGE. A tendência é substituir os produtos com um aumento de preços significativo por outros mais baratos”, analisa.
O mercado já tem a perspectiva de que o aumento dos preços tende a impactar em uma redução da demanda, ou substituição dos produtos. O bacalhau já vem no último ano apresentando uma redução da demanda em torno de 32% e substituição por outros peixes com menor custo.