Movimentos ligados às pessoas com deficiência fizeram hoje um protesto em frente à Assembléia Legislativa de Pernambuco. Uma crítica ao descaso dos deputados da nova legislatura por não formar uma frente parlamentar para discutir, fiscalizar e acompanhar direitos e garantias das pessoas com deficiência e doenças raras. Participaram representantes de várias cidades da Região Metropolitana e interior do estado.
Com faixas e cartazes, eles mostraram indignação com a falta de apoio dos legisladores para questões como direitos, acesso a tratamento e medicação para pessoas com deficiência física, visual, auditiva, intelectual, pessoas com autismo, síndrome de down e doenças raras. Algumas pessoas usaram adesivos na boca. “Querem nos calar, mas não vão conseguir”, disse Ana Keite, ativista, representante da Aliança de Mães e Pessoas Raras (Amar), em Jaboatão, e mãe de um garoto autista.
Outra pauta apresentada foi o Conselho Estadual de Direitos da Pessoa com Deficiência. Rivânia Andrade, representante de Moreno, no conselho, disse que, desde de fevereiro, deveriam ter sido designados novos membros, o que não aconteceu. “Os deputados precisam dar mais visibilidade e fortalecer nosso conselho”, opinou Rivânia.
Após o protesto, uma comissão do movimento foi recebida por alguns deputados, no hall de entrada da Alepe. Foram eles Débora Almeida (PSDB), Pastor Cleiton Collins(PP), José Patriota (PSB), Eriberto Filho (PSB), Sileno Guedes (PSB) e Luciano Duque (Solidariedade). Os parlamentares se comprometeram com o grupo a propor a criação de uma comissão permanente da pessoa com deficiência.
Líderes do movimento comemoraram a promessa. “Vai ter comissão permanente sim! Porque esse segmento é forte e ninguém vai nos calar não”, festejou Pollyana Dias, presidente da Amar. Para Andreza de Castro, gestora da Associação Mães e Anjos Azuis que assiste crianças e adolescentes com autismo, essa foi uma grande vitória. “Agora teremos um espaço permanente de debates, na casa do povo!”, concluiu. “Nada disso seria possível sem a união de todos aqui presentes”, afirmou Felipe Gervásio, presidente da ONG Deficiente Eficiente.