“Alma colorida e um sorriso no rosto 🤩🌈
Moda pra mulheres reais👗
& muito rolê massa!😉”
Assim é a descrição do Instagram da influencer, designer e publicitária Mari Cid. Ela produz conteúdo para o chamado público Plus Size, formado por mulheres gordas e que -praticamente – sempre são alvos de julgamento por causa de seus corpos – “Mimimi obesidade é doença, tem CID, blá blá blá – sem saber que discriminações e julgamentos detonam a saúde mental e a autoestima tanto quanto (ou até mais) do que as consequências físicas da obesidade.
Sempre as mulheres gordas são incentivadas a esconderem-se pelas roupas: preto, azul marinho, roxo, marrom são as cores. E sempre aquelas roupas folgadas, quentes e que escondem tudo, principalmente a nossa autoestima. Só que agora, uma influencer pernambucana vem lutando há oito anos contra esse contexto. Roupas que mostram o corpo, coloridas e muito elegantes fazem parte dos looks dessa moça, que a gente vai entrevistar a partir de agora:
1) Como é se destacar digitalmente em meio a um mundo gordofóbico?
Tem suas dores e delícias! As dores são enfrentar vários tipos de preconceito, haters, comentários sem nenhuma empatia, com muita falta de coerência e conhecimento. Já as delícias podem se resumir um pouco a essa comunidade incrível que a gente criou de mulheres que crescem e se apoiam. A troca de ideias que faz debates interessantes e encorajadores acontecerem!
2) Conta pra gente a sua trajetória
Sou publicitária e designer, então a comunicação sempre esteve comigo. Mas em 2017 resolvi começar a dividir um pouco de experiências de moda com outras mulheres gordas no Instagram e, de lá pra cá, construímos uma comunidade forte com muita empatia, troca e carinho. Aqui falamos um pouco sobre as vivências de jovens adultas, os desafios de sermos mulheres reais, fora dos padrões, nossas perspectivas de mundo e também sobre moda inclusiva e plural.
3) Moda pra mulheres reais: qual o desafio de mostrar uma moda acessível
Acho que no geral tivemos pequenas vitórias. Hoje temos um pouco mais de visibilidade em relação ao passado. Mas ainda estamos muito distantes de um cenário ideal onde a oferta é igual a procura e a moda plus size é realmente plural e democrática. Ainda são pouquíssimas marcas que oferecem roupas plus size com informação de moda atualizada e diversidade.
Em sua grande maioria, elas ainda enxergam a moda plus size como aquela super moderada, discreta, que esconde os corpos e beira ao conservadorismo. Nada contra quem gosta, mas somos mulheres plurais, vivendo num país tropical com corpos que podem e devem estar a mostra. Isso sem falar na questão financeira que é uma barreira enorme, já que produzir e comercializar moda plus size com a modelagem adequada é muitas vezes mais caro. Além disso, temos algumas marcas que cobram a mais mesmo, por acharem que somos "um nicho", quando na verdade, somos maioria da população brasileira.
4) Que mensagem você deixa para quem ainda tem dificuldade de autoaceitação?
Eu acho que autoaceitação é a ponta do iceberg quando falamos de corpos gordos. É muito difícil falar pra alguém se aceitar quando o mundo é, essencialmente, feito e pensado para corpos magros. Mas sempre digo às minhas amigas que é uma batalha diária pra respeitar e entender nossos corpos. Entender que nosso corpo pode nos proporcionar uma imensidão de experiências e ser potente, sendo como é! Acho que vale uma reflexão sobre o quanto resumimos nossa existência à forma que ocupamos, quando na verdade, somos uma imensidão de experiências e possibilidades. Seu corpo é um meio, não um fim. Acho que dessa forma fica mais fácil de levar a vida!
5) Nas redes sociais, onde podemos encontrar a Mari Cid?
Sou @maricids em todas as redes: instagram, twitter, tiktok ✨💖 Podem mandar inbox que se tem uma coisa que eu amo é trocar ideia 😍💖