Ingressar em um setor ocupado majoritariamente por homens ainda é um desafio profissional que pode ser recorrente para as mulheres. Apesar dos avanços alcançados por elas no mercado de trabalho nos últimos anos, em algumas áreas a diferença de empregabilidade baseada no gênero ainda persiste.
De acordo com o último levantamento divulgado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), em 2020 o Brasil empregava 867 mil pessoas no setor de tecnologia da informação e comunicação, sendo 63% homens e 37% mulheres.
Apesar de ainda não existir equiparação, o cenário vem se transformando. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), nos últimos cinco anos o número de mulheres trabalhando com tecnologia aumentou 60%.
A engenheira de software da Jalasoft, Rubiana Perucci, destaca a importância da diversidade nas equipes. “A maior presença de mulheres é enriquecedora para qualquer projeto pois consegue ter uma abrangência muito maior, ao invés de trabalhar de forma enviesada. Quanto mais olhares diferentes sobre o processo, mais abrangentes conseguimos ser e mais ricas serão as discussões e tomadas de decisões”, afirmou.
Para ela, a perspectiva é que o equilíbrio entre profissionais de ambos os gêneros seja alcançado em breve. “Pela tecnologia ser uma área tão dinâmica, sinto que é muito mais fácil atingir essa proporcionalidade de profissionais, pois nosso crescimento na carreira está diretamente ligado à nossa capacidade de desenvolvimento e entrega”, observou.
Segundo Rubiana, a oferta de bolsas de estudo pode ser um processo facilitador para a entrada das mulheres no mercado. “Isso abre espaço para que mais mulheres se interessem e se apropriem dessas oportunidades, que são para elas também, assim como para todos. Ao terem acesso e perceberem outras mulheres lá, se cria um momento de representatividade muito grande. Vejo isso como um ciclo virtuoso, acesso gera representatividade, que gera mais acesso, portanto, mais representatividade. E isso vai ganhando cada vez mais força com o tempo!”, completou.
OPORTUNIDADE
Quem deseja obter uma chance na área pode participar da seleção para o curso de Engenharia de Software que está sendo realizada pela Jala University, universidade latino-americana que escolheu o Recife como sede para sua chegada ao Brasil. Com base nos Estados Unidos e a missão de capacitar comunidades em desenvolvimento por meio de educação de alto nível, a instituição está disponibilizando 60 bolsas integrais para alunos de todo o país.
A formação terá duração de quatro anos e, após esse período, os alunos terão contratação garantida e deverão atuar como engenheiros de software da Jalasoft ou de empresas de pesquisa e desenvolvimento parceiras, recebendo remuneração em dólar.
Além disso, durante o curso, os estudantes também terão aulas de inglês e um estágio garantido na área da indústria. Outro diferencial da graduação está no modelo híbrido de professores acadêmicos americanos e da indústria que estão inseridos no processo de ensino desde a primeira disciplina até a graduação.
Para se candidatar, é necessário que o estudante realize o pré-cadastro no site da Fundación del Saber por meio do site: https://jala.university/pt/admissao2023/. A organização, que promove a formação de profissionais qualificados, é responsável pela captação de parceiros da indústria de software nos EUA que viabilizam a distribuição de bolsas de estudo para estudantes em países da América Latina.