De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da população mundial adulta é fisicamente inativa e o sedentarismo mata cerca de cinco milhões de pessoas anualmente. No Brasil, cerca de 70% da população é sedentária e em torno de 300 mil pessoas morrem por ano devido a doenças associadas ao sedentarismo. Para chamar a atenção para a gravidade do problema, a OMS instituiu o 10 de março como o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo, ampliando o debate sobre o tema.
“O estado de sedentarismo gera inúmeras consequências para a saúde de um indivíduo. A cada dia ficamos mais maduros e a velhice também atinge o organismo, os órgãos também envelhecem e isso reflete nas funcionalidade biológicas”, explica Diogo Barbosa, educador físico e coordenador do curso de Educação Física da Estácio Recife.
Segundo o docente, distintas áreas do corpo são afetadas pela ausência da prática de exercício físico a longo prazo. “A perda de massa muscular, denominada sarcopenia, é real com o envelhecimento e tal perda torna o indivíduo cada vez mais dependente de alguém ou de instrumentos, como bengala e andador, para que consiga realizar suas atividades diárias básicas”, completa.
Além disso, ele também afirma que o sedentarismo também pode contribuir com o aparecimento precoce de doenças crônico-degenerativas. “Síndromes metabólicas como a obesidade, diabetes, hipertensão e cardiopatias são comuns em pessoas que levaram uma vida sedentária”, aponta.
Mas o educador físico também esclarece que o sedentarismo é um estado do qual é possível sair a qualquer momento, a depender da vontade e interesse de cada ser. “Sair de um estado passivo para um estado ativo é possível, mas é preciso também respeitar o tempo e limite de cada corpo. Vivemos em uma sociedade caracterizada pela busca por resultados rápidos. Vivemos a era do imediatismo e as pessoas estão a observar a prática de exercício físico como algo que pode entregar resultados imediatos e não pode ser assim”, afirma.
Diogo Barbosa reforça que a prática de exercício físico requer uma regularidade, continuidade e tempo para que os benefícios sejam conquistados e muitas vezes as pessoas não estão dispostas a viver o processo. Ele elenca algumas estratégias que podem ajudar quem está em busca de uma saída para o sedentarismo:
1. busque avaliação médica para compreender o cenário de saúde no qual se encontra;
2. busque orientação com o profissional de educação física;
3. procure realizar atividades prazerosas e que tragam bem-estar;
4. defina uma rotina de atividade física que se encaixe em sua rotina diária;
5. inicie, dê o start, mesmo que não se considere 100% pronto.
“Caso não goste de praticar nenhuma atividade física, compreenda que é essencial para a sua saúde. Encare como algo que vai trazer benefícios, tais como melhora na qualidade de vida, aumento na expectativa de vida, entre outros. Enxergue cada sessão de exercício como uma dose medicamentosa não farmacológica que vai te fazer viver mais e melhor”, finaliza.