sexta-feira, 17 de março de 2023

Caminhada marca Dia de Conscientização sobre Autismo no Recife

A comunidade do Caçote, em Areias, vai vivenciar no próximo dia 1 de abril, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A Associação Mães e Anjos Azuis realizará uma caminhada pelas ruas do bairro, que termina na Praça do Mariano, com um momento de reflexão e acolhimento aos participantes. A concentração será às 15h30, na Praça da Criança.

Devem participar, cerca de 60 crianças e adolescentes atendidos na associação, além de familiares e moradores do bairro. A caminhada começará na Praça das Crianças, seguindo pela Av. Capitão Gregório Caldas, até à Praça do Mariano. As crianças associadas vão fazer o trajeto num trenzinho. A CTTU estará com agentes no local para orientar motoristas e organizar o trânsito.
Este ano,  o tema da campanha é “Mais informação, menos preconceito”, convidando a sociedade a conhecer mais sobre o transtorno para aceitar, entender e incluir as pessoas com autismo. 

Uma criança, a cada 44 nascidas, tem autismo - Em todo o mundo, o mês de abril é dedicado a informar e conscientizar pessoas sobre o autismo. Estima-se que o transtorno atinge cerca de 2% da população mundial. No Brasil, seriam 2 milhões de pessoas com autismo. Os dados têm como base o Center of Diseases Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, já que no Brasil não há estatísticas sobre o autismo. De acordo com a pesquisa mais recente do centro norte-americano, uma em cada 44 crianças nasce com autismo nos EUA.

O número de casos vem crescendo nos últimos anos. De acordo com especialistas, isso se deve a modificação e ampliação dos critérios diagnósticos para TEA. Mais comportamentos foram incluídos no rol de características do transtorno, o que permite a identificação de muito mais casos, incluindo aqueles que precisam de menor suporte. Tudo isso, aliado ao aumento das pesquisas e estudos sobre o tema, têm permitido um maior número de diagnósticos de autismo.

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta, principalmente, a comunicação e as habilidades sociais do indivíduo. Pouco se sabe ainda sobre ele, o que leva a criação de muitos mitos e tabus. Por isso, o dia 2 de abril foi a data escolhida pela Organização das Nações Unidas para conscientizar as pessoas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Desde o ano de 2007 o dia vem sendo dedicado a informar e a derrubar mitos sobre o autismo.

Associação Mães e Anjos Azuis - A Associação, na comunidade do caçote, em Areias, existe desde 2020, enquanto organização não governamental. Mas o movimento das Mães e Anjos Azuis começou há cerca de uma década com reuniões e caminhadas pelo bairro. O grupo cresceu e passou a lutar pelos direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Até que passou a ser uma organização sem fins lucrativos,  com sede,  que vive de doações, para dar assistência e oferecer algumas terapias a cerca de 60 crianças e adolescentes com autismo.

Obs: Estamos disponíveis para outras pautas sobre autismo na associação. Inclusive sobre a necessidade de doações para manutenção dos atendimentos. Conheça nosso trabalho pelo Instagram, no pefil @maeseanjosazuis e pelo Facebook, na página Autismo, uma sentença de luta.

O QUE PRECISAMOS SABER SOBRE AUTISMO:

● Não é doença.
● Não tem cura.
● Não existe autismo digital, nem autismo provocado por telas.
● Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, não é transtorno mental ou psiquiátrico.
● É errado falar que alguém “saiu do espectro”, pois a pessoa nasce com autismo e o transtorno não tem cura.
● Autismo é considerado uma deficiência no Brasil, desde o ano de 2012, quando a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.764 que considera pessoa com deficiência os indivíduos com transtornos do espectro autista. Então, para todos os efeitos legais, um indivíduo com autismo é uma pessoa com deficiência.

O QUE NÃO É CORRETO FALAR SOBRE UMA PESSOA DENTRO DENTRO DO TEA:

● “Ah, mas o autismo dele é bem leve, né?”. 
EXPLICAÇÃO: Não existem casos mais “leves” de autismo. No passado, já houve a classificação de autismo leve, moderado e severo. Mas hoje a classificação usada, por ser mais correta, se refere aos níveis de suporte: 1,2 ou 3. Essa escala tem relação com a necessidade de suporte (ajuda, terapias, medicações) que as pessoas dentro do TEA precisam.

● “Ele fala, olha nos olhos e tem amigos, então não é autista”.  
EXPLICAÇÃO: Cada pessoa está num espectro diferente do transtorno. Nem todas apresentam as mesmas dificuldades. Algumas têm seletividade alimentar, sensibilidade auditiva e tátil, mas outras não apresentam. Umas não desenvolvem a fala. Outras conseguem falar.

● “Fulano é cheio de frescura pra comer!”. 
EXPLICAÇÃO: Muitos autistas têm seletividade alimentar, por causa da sensibilidade sensorial, relacionada à textura e ao sabor dos alimentos, que faz com que não consigam, nem mesmo, colocar certos alimentos na boca. Em algumas pessoas com TEA a seletividade pode estar relacionada à rigidez comportamental.

● “Meu vizinho autista é insuportável, muito arrogante”.
 EXPLICAÇÃO: Pessoas com autismo podem se comunicar bem e disfarçar comportamentos, levando pessoas a acreditarem que não têm nenhum transtorno. E alguns comportamentos, como a falta de habilidade ao falar com pessoas, dificuldade em fazer um simples cumprimento como um “bom dia”, ou ainda a excessiva sinceridade, consequência da falta de filtro social, fazem com que sejam julgados como mal educados e arrogantes.