Os 488 anos (a serem comemorados daqui a dez dias) de Olinda estão guardados nos 40 que o Arquivo Público comemorou nesta quinta-feira (02.03) da maneira que quem trabalha com pesquisa: conversando. Funcionários novos e antigos e amigos do espaço se reuniram no jardim da casa histórica para lembrar os bons tempos.
“Olinda é a única cidade de Pernambuco que tem um arquivo público próprio. Aqui é a memória da cidade”, lembra Aneide Santana, uma das funcionárias do arquivo.
Lá estão documentos, plantas, fotografias e reportagens que datam de mais de 300 anos, como uma versão mais antiga do Foral de Olinda, documento outorgado por Duarte Coelho, e que confere à povoação de Olinda o título de Vila e estabelece o seu patrimônio público. Esse Foral ainda tem validade jurídica, retroativa a 1537, ano da fundação da cidade.
“Ele delimita o espaço físico e dá à Olinda o direito de receber foro – taxa sobre a propriedade do terreno”, explica o também funcionário do Arquivo Público, Alexandre Dias.
No arquivo também existem referências a bairros que não existem mais e outros que, na delimitação das cidades, passaram de Olinda para o Recife, como Arruda e Beberibe. Entre as fotos, há registros das primeiras casas construídas na beira-mar. “O registro fotográfico mais antigo que temos aqui data de 1.850”, conta Alexandre.
O Arquivo Público de Olinda está aberto para pesquisadores, estudantes e cidadãos de segunda a sexta, das 8h às 13h. Ele começou a funcionar com a atual estrutura, na casa da antiga residência da família Coelho Leal, na Rua de São Bento, em 1996. Até então, o Palácio dos Governadores era a sede do Arquivo. Já partindo das novas instalações, foram realizadas incursões em várias cidades do Brasil, sobretudo Rio de Janeiro, e do mundo em busca do material que hoje pode ser conferido em Olinda. Só em Portugal, o trabalho durou de 1996 até 2002.