O Dia Mundial de Combate às Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) é lembrado nesta terça-feira, 28 de fevereiro. A data foi escolhida pela OIT, Organização Internacional do Trabalho – agência da ONU (Organização das Nações Unidas) – para chamar atenção para os males provocados pelo não cumprimento das normas internacionais que regem as questões do trabalho.
No Brasil, mais de três milhões de pessoas já foram diagnosticadas com essas patologias, que têm relação direta com o trabalho e as atividades laborais. Apesar de pouco conhecido, o termo DORT foi introduzido para substituir as LER, que estão inclusas nos distúrbios. São síndromes provocadas pela sobrecarga de esforço, envolvendo postura inadequada, excesso de força e movimentos repetidos.
As mais frequentes são as tendinites (principalmente nas regiões do ombro, cotovelo e punho), lombalgias (dores na região lombar) e as mialgias, as dores musculares em várias partes do corpo. Mas podem surgir bursite, epicondilite, Síndrome do Túnel do Carpo, dedo em gatilho, dentre outras. “As lesões e os distúrbios podem acontecer com qualquer pessoa que esteja executando um trabalho de forma inadequada ou que não esteja respeitando os limites do próprio corpo”, explica o ortopedista e traumatologista Sormane Britto (foto). “Quando falamos em trabalho estamos nos referindo a um movimento rotineiro, que é feito repetidamente, como digitar, usar o celular, jogar videogame e até costurar. Tudo isso pode provocar sobrecarga e atingir determinada parte do corpo”.
Em geral, os sintomas são bem localizados. No caso dos membros superiores e dedos, podem acontecer dores, formigamento, dificuldade de movimento, e nos demais, fadiga muscular, alteração da temperatura e sensibilidade, redução da amplitude do movimento e inflamação. Porém, só um ortopedista ou especialista em dor pode fazer o diagnóstico, determinando a causa dos sintomas, e conduzir o tratamento mais adequado.
Em casos de crises agudas de dor são indicados uso de anti-inflamatórios e repouso, além de sessões de fisioterapia. “O importante, no entanto, é prevenir, otimizando as condições de trabalho. Procurar uma cadeira confortável, manter as costas eretas e os punhos retos, e, principalmente, fazer alongamentos a cada hora, se possível sempre levantando e dando uma caminhada”, alerta Sormane Britto.
Com informações da jornalista Iana Gouveia