O mecanismo financeiro “Amazônia Viva”, desenvolvido pela Natura em parceria com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e a Vert Securitizadora, foi um dos 11 projetos de impacto positivo selecionados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para receber recursos por meio de um edital de blended finance, novidade anunciada pela entidade no final de novembro. A notícia também ganhou destaque durante o Brazilian Day, evento realizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CBEDS), The Nature Conservancy (TNC) e World Wide Fund for Nature (WWF), no marco da Conferência de Biodiversidade da ONU (COP 15), realizada em Montreal, no Canadá.
O mecanismo “Amazônia Viva” busca fortalecer organizações, negócios e a bioeconomia amazônica a partir de um modelo que alia valorização da sociobiodiversidade, conservação ambiental, geração de renda e fortalecimento das populações tradicionais.
O projeto prevê estimular o desenvolvimenro territorial em cerca de 16 territórios, aumentar a produção de mais de 40 cooperativas de pequenos agricultores e beneficiar mais de 10 mil famílias na Amazônia. Com mais recursos alavancados, espera-se ampliar o volume de faturamento destas organizações, bem como a melhoria da renda média das famílias participantes. A iniciativa também tem o potencial de contribuir para a conservação de 3 milhões de hectares de floresta.
Denise Hills, diretora de Sustentabilidade de Natura &Co América Latina, explica que o mecanismo de blended finance permitirá ampliar a captação de recursos financeiros para gerar impacto socioambiental positivo na Amazônia, aliando geração de renda e conservação ambiental. “Hoje, um dos maiores desafios da bioeconomia amazônica é escalar as cadeias da sociobiodiversidade. Com o mecanismo 'Amazônia Viva', conseguiremos expandir e fortalecer esse modelo de desenvolvimento único, baseado na união de ciência, inovação e tecnologia com os saberes tradicionais de populações locais, e que contribui para que o Brasil se torne cada vez mais referência em uma bioeconomia da floresta em pé, inclusiva e de baixo carbono”, afirma Denise.
O mecanismo funcionará a partir de dois instrumentos distintos, alinhados sob o mesmo processo de governança. O primeiro será estruturado na forma de um certificado de recebíveis do agronegócio (CRA), que será gerido e estruturado pela Vert, uma das maiores securitizadoras do país. Esse título oferecerá financiamento antecipado às cooperativas e associações agroextrativistas e de agricultores familiares da Amazônia. A quantia poderá ser usada, por exemplo, como capital de giro para safras anuais, tornar as operações mais eficientes e aumentar a produtividade. O instrumento se torna sustentável à medida que os retornos do fundo são reinvestidos nos anos seguintes. A Natura, que atuará como investidora principal do projeto e off-taker, e outras empresas que no futuro pretendam aderir, servirá como garantidor das compras.
“A VERT sempre trabalhou com o intuito de promover a democratização do acesso ao mercado de capitais, atingindo a ponta por meio de inovações financeiras. Sermos aprovados no edital de Blended Finance do BNDES, em conjunto com a Natura e FUNBIO, é mais um passo que damos na concretização da viabilização de crédito direcionado a iniciativas de impacto positivo, com auxílio de instrumentos inovadores, causando impacto na ponta, o que acreditamos ser essencial para o desenvolvimento do país”, diz Fernanda Mello, sócia-fundadora da VERT.
Já o segundo instrumento é um fundo filantrópico não-reembolsável, o chamado de Enabling Conditions Facility (ECF), e que será estruturado e gerido pelo FUNBIO. O propósito do ECF é investir em iniciativas e soluções que deem apoio e assistência técnica às cooperativas. O instrumento também vai fomentar programas socioambientais que ajudem a resolver problemas estruturantes dos territórios e fortalecer o protagonismo de jovens e mulheres. A organização será responsável pelas políticas e procedimentos operacionais, dos processos de compras, aquisições, contratações e desembolsos, além do acompanhamento dos projetos apoiados.
“Mecanismos de blended finance como o Amazônia Viva têm o potencial de destravar recursos e proporcionar o acesso de produtores locais ao mercado global de ativos florestais. Gerar riqueza para essa população é tornar tangível o valor dos recursos ecológicos da Amazônia para a sociedade brasileira”, conclui Manoel Serrão, superintendente de programas do FUNBIO.
Sobre a Natura
Fundada em 1969, a Natura é uma multinacional brasileira de higiene e cosmética. Conta com 2 milhões de consultoras na América Latina, sendo líder no setor de venda direta no Brasil. Faz parte de Natura &Co, resultado da combinação entre as marcas Avon, Natura, The Body Shop e Aesop. A Natura foi a primeira companhia de capital aberto a receber a certificação de empresa B no mundo, em dezembro de 2014, o que reforça sua atuação transparente e sustentável nos aspectos social, ambiental e econômico. É também a primeira empresa brasileira a conquistar o selo "The Leaping Bunny", concedido pela organização de proteção animal Cruelty Free International, em 2018, que atesta o compromisso da empresa com a não realização de testes em animais de seus produtos ou ingredientes. Com operações na Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, México, Peru e Malásia, os produtos da marca Natura podem ser adquiridos com as Consultoras, por meio do e-commerce, app Natura, nas lojas próprias ou nas franquias "Aqui tem Natura". Para mais informações, visite www.natura.com.br ou acesse os perfis da empresa nas redes sociais: LinkedIn, Facebook e Instagram.
Sobre o FUNBIO
O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) é um mecanismo financeiro nacional privado, sem fins lucrativos, que trabalha em parceria com os setores governamental, empresarial e a sociedade civil para que recursos estratégicos e financeiros sejam destinados a iniciativas efetivas de conservação da biodiversidade. Desde o início das atividades, em 1996 o FUNBIO já apoiou mais de 400 projetos que beneficiaram número superior a 300 instituições em todo o país. Entre as principais atividades realizadas estão a gestão financeira de projetos, o desenho de mecanismos financeiros e estudos de novas fontes de recursos para a conservação, além de compras e contratações de bens e serviços.
Sobre a VERT
A VERT é uma techfin que presta serviço para empresas do mercado financeiro. É especialista em operações estruturadas, com foco em produtos como CRA, CRI, FIDC, CR e Debêntures. Fundada em 2016, por três mulheres, a VERT já realizou mais de 230 emissões e possui R$ 53 bilhões emitidos em títulos e fundos sob gestão.