Instalação audiovisual, ciclo de debates, seminários, trilha, intervenções cênicas-literárias e gráficas, feira de livros, consumo de alimentos saudáveis, homenagem aos familiares das vítimas de Paraisópolis, sarau, slam e jongo: essas são as atividades previstas para a Ocupação Brasil 200, uma iniciativa do Coletivo Comum que ocorre na Comunidade Cultural Quilombaque de 8 a 12 de dezembro de 2022, quinta a segunda-feira, com entrada gratuita.
O evento parte do evento histórico da Independência do Brasil, simbolizado pelo Grito do Ipiranga em 7 de setembro de 1822, mito fundador criado e recriado segundo as conveniências das elites nacionais. A ideia é estabelecer um grande panorama sobre o Brasil contemporâneo, à luz da sua trajetória de violências e resistências.
Estão confirmadas as participações de: Bruno Paes Manso, Benedito Mariano, Rosemary Segurado, Julieta Paredes, Gerson de Souza Oliveira, Ave Terrena, Comunidade Cultural Quilombaque, Márcio Verá Mirim, Thaís Santos, Quilombo Periférico/Elaine Mineiro, Luiz Marques, Helena Silvestre, Renata Gonçalves, Fabio Luis Barbosa dos Santos, José Correa Leite, Marcelo Ridenti, Salloma Salomão, Julio Dojcsar, Coletivo Transverso/Cauê Maia, Renan Rovida, Renata Soul, Grupo Teatral Pandora, Movimento de familiares das vítimas do massacre em Paraisópolis, Slam da Guilhermina e Coral Firmeza Permanente/CIEJA Perus.
Para Fernando Kinas, diretor e pesquisador teatral que propôs a ideia geral da Ocupação, “só é possível compreender nosso país a contrapelo, na contramão de ideias geralmente aceitas”. Segundo ele “a brutalidade da nossa história, reunindo extrativismo predatório, escravidão e hiperconcentração de poder e renda, também reduziu nosso horizonte utópico e nossas perspectivas”. Agora, diante de novos desafios, como a ideologia do empreendedorismo e o ressurgimento de práticas fascistas, “é preciso um movimento crítico que surpreenda nossos hábitos, apontando para alternativas sistêmicas”.