domingo, 25 de dezembro de 2022

30% de doentes crônicos podem desenvolver anemia

A anemia decorrente de doenças crônicas é considerada uma anemia multifatorial. O diagnóstico não é tão simples e, geralmente, é feito por exclusão. Como doenças crônicas consideram-se infecções, doenças autoimunes, doença renal e câncer. A anemia da doença crônica é a segunda mais comum no mundo. “Grande parte dos doentes que se internam nos hospitais desenvolvem o problema devido à própria condição da doença crônica. Então ela não é a doença primária e sim secundária. É uma consequência de processos infecciosos", explica o hematologista Aderson Araújo, da Multihemo Oncoclínicas.

Diagnóstico – Os achados clínicos na anemia por doença crônica costumam ser os da doença subjacente (infecção, inflamação, câncer). Se houver suspeita, é preciso dosar o ferro sérico, a transferrina, a ferritina e eritropoetina (proteínas produzidas pelo fígado).

Aderson explica que 30% dos pacientes com câncer vão desenvolver anemia, devido, principalmente, aos tratamentos como Quimioterapia e Radioterapia. “O câncer e outras doenças inflamatórias estimulam a produção de uma substância chamada interleucina, proteínas produzidas por leucócitos, que acabam interferindo na absorção de ferro e outros nutrientes; e na “hiper produção” da hepcidina (hormônio que regula a absorção de ferro do alimento e por medicação oral). Dessa forma, a anemia nesses pacientes precisa ser tratada, para que eles consigam responder ao tratamento de forma eficaz”, afirma.

Tratamento – O tratamento é igual ao da doença subjacente e, na maioria das vezes, não há necessidade de transfusão. “Às vezes pode ser necessária uma suplementação de ferro e/ou estímulo com eritropoetina recombinante humana”, explica Aderson.