sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Janones alerta: A Democracia venceu, mas as Fake News continuam

 

Quem afirmou isso em outras palavras foi o deputado federal André Janones (Avante - MG) ao escrever uma thread alertando que o disparo de noticias falsas continua e que, se o Brasil não continuar combatendo e confrontando as Fake News como fez durante a campanha deste ano, em 2026 a extrema direita pode voltar ainda mais fortalecida. O parlamentar divulgou o seguinte alerta em seu facebook:

Um PM bolsonarista acaba de estrangular e tentar matar uma criança de 6 anos de idade por ela ter dito “Lula lá”. Sim, o Bolsonarismo vive, e se você não entendeu o porque ainda, segue o fio Se você subestima o bolsonarismo você está errado. Se você superestima, também. Não há genialidade, nem qualquer grande segredo. 

O que existe de fato é uma comunicação constante (e não apenas em período eleitoral) e uma total falta de escrúpulos no cometimento de crimes. Se esse último pode ser combatido pelas via judiciais, através de uma legislação dura e eficiente, que deve ser aprovada via congresso nacional após um profundo debate junto à sociedade civil, o primeiro é mais complexo. 

Essa comunicação constante que a extrema direita aplica muito ao redor do mundo, faz parte da compreensão do fenômeno das redes sociais, onde o eleitor/cidadão, não se contenta mais em ser apenas coadjuvante no processo eleitoral, ele aprendeu que pode ser protagonista, pode opinar, discordar ou concordar da manchete. Esse desejo em ser protagonista mexe com o imaginário e exige portanto um maior intimismo por parte dos novos líderes. 

Sim, o eleitor quer saber a hora que você acorda, o que você come e o que você está fazendo que não posta nada nas redes há 10 horas! É uma vigia constante. Assim, se sentindo parte do processo, fica mais “tragável” para o eleitor entender e aceitar promessa de campanha não cumpridas. Afinal, se ele faz parte do governo, se o presidente compartilha com ele os bônus mas também o ônus do cargo, ao ser deparado com uma frustração diante da promessa não cumprida, a sensação não de que o presidente não cumpriu, mas sim a de que “nós” não conseguimos (sim, o povo aqui é o próprio governo, ainda que de forma ilusória”). 

É justamente por isso que frequentemente assistíamos lives patéticas onde o atual presidente repetia quase que como um mantra frases do tipo: “tô tentando fazer mas tá difícil”, ou “os caras não deixam, tudo que eu quero fazer eles são contra” e etc. O capítulo mais cômico dessa estratégia foi quando Bolsonaro criou a figura da auto oposição, ao protestar contra a alta no preço dos combustíveis, proporcionada pelo se próprio governo. E o pior: pra quem vem sendo alimentado diariamente com mentiras e teorias da conspiração, essa é só mais uma, portanto, cola! 

Um dia após as eleições, o bolsonarismo continua como se ainda estivéssemos em campanha: fake news a todo vapor correm solta, disseminadas de forma orquestrada pela sua militância. A bola da vez, é que José Dirceu seria o manda chuva da equipe de transição, e que nenhum ministro poderia ser nomeado antes de passar pelo seu crivo. Esse que vos escreve também tem sido alvo de uma verdade absoluta no mundo paralelo onde Alexandre de Moraes já foi preso e a intervenção limitar bate às portas. 

A “verdade” da vez, é que eu teria conclamado os petistas a queimarem os bolsonaristas, vivos! Ah mas isso é uma besteira, ninguém vai acreditar, não precisa ser desmentido! Não, não é! Na terra quadrada, as teses conspiracionistas, que sempre existiram, ganharam ares de notícia oficial, camufladas pelo inimigo imaginário: o sistema! Lula mesmo admitiu que demorou pra responder besteiras como as de que o PT vai fechar igrejas, legalizar pedofilia e tantas outras, porque achou que ninguém acreditaria nosso. 

Acreditaram, e levaram um deputado inexpressivo a presidente da república e seu seu filho de inteligência mediana, ao status de “gênio das redes”. O Bolsonarismo vive, e se as forças democráticas não compreenderem esse fenômeno e voltar a campo somente daqui 4 anos para um novo enfrentamento, amarguraremos uma derrota histórica, e com danos irreparáveis para a nossa democracia. 

Combater a extrema direita deve ser obrigação diária para todos nós, assim como escovar os dentes e tomar banho. Ou a gente faz isso, ou corremos o risco de não nos chocarmos diante de crianças sendo estranguladas por não serem “patriotas”. Situações como essa não podem nem chocar e nem serem combatidas apenas em período eleitoral. A luta contra o fascismo, deve ser constante: orai e vigiai. Nesse caso, a vigia vale mais que a oração. 

André Janones 04-11-2022