Quem afirmou isso em outras palavras foi o deputado federal André Janones (Avante - MG) ao escrever uma thread alertando que o disparo de noticias falsas continua e que, se o Brasil não continuar combatendo e confrontando as Fake News como fez durante a campanha deste ano, em 2026 a extrema direita pode voltar ainda mais fortalecida. O parlamentar divulgou o seguinte alerta em seu facebook:
Um PM bolsonarista acaba de estrangular e tentar matar uma criança de 6 anos de idade por ela ter dito “Lula
lá”. Sim, o Bolsonarismo vive, e se você não entendeu o porque ainda, segue o fio
Se você subestima o bolsonarismo você está errado. Se você superestima, também. Não há genialidade, nem
qualquer grande segredo.
O que existe de fato é uma comunicação constante (e não apenas em período
eleitoral) e uma total falta de escrúpulos no cometimento de crimes. Se esse último pode ser combatido pelas
via judiciais, através de uma legislação dura e eficiente, que deve ser aprovada via congresso nacional após um
profundo debate junto à sociedade civil, o primeiro é mais complexo.
Essa comunicação constante que a extrema direita aplica muito ao redor do mundo, faz parte da compreensão
do fenômeno das redes sociais, onde o eleitor/cidadão, não se contenta mais em ser apenas coadjuvante no
processo eleitoral, ele aprendeu que pode ser protagonista, pode opinar, discordar ou concordar da manchete.
Esse desejo em ser protagonista mexe com o imaginário e exige portanto um maior intimismo por parte dos
novos líderes.
Sim, o eleitor quer saber a hora que você acorda, o que você come e o que você está fazendo
que não posta nada nas redes há 10 horas! É uma vigia constante. Assim, se sentindo parte do processo, fica
mais “tragável” para o eleitor entender e aceitar promessa de campanha não cumpridas. Afinal, se ele faz parte
do governo, se o presidente compartilha com ele os bônus mas também o ônus do cargo, ao ser deparado com
uma frustração diante da promessa não cumprida, a sensação não de que o presidente não cumpriu, mas sim a
de que “nós” não conseguimos (sim, o povo aqui é o próprio governo, ainda que de forma ilusória”).
É
justamente por isso que frequentemente assistíamos lives patéticas onde o atual presidente repetia quase que
como um mantra frases do tipo: “tô tentando fazer mas tá difícil”, ou “os caras não deixam, tudo que eu quero
fazer eles são contra” e etc. O capítulo mais cômico dessa estratégia foi quando Bolsonaro criou a figura da
auto oposição, ao protestar contra a alta no preço dos combustíveis, proporcionada pelo se próprio governo. E
o pior: pra quem vem sendo alimentado diariamente com mentiras e teorias da conspiração, essa é só mais
uma, portanto, cola!
Um dia após as eleições, o bolsonarismo continua como se ainda estivéssemos em campanha: fake news a
todo vapor correm solta, disseminadas de forma orquestrada pela sua militância. A bola da vez, é que José
Dirceu seria o manda chuva da equipe de transição, e que nenhum ministro poderia ser nomeado antes de
passar pelo seu crivo.
Esse que vos escreve também tem sido alvo de uma verdade absoluta no mundo paralelo onde Alexandre de
Moraes já foi preso e a intervenção limitar bate às portas.
A “verdade” da vez, é que eu teria conclamado os
petistas a queimarem os bolsonaristas, vivos!
Ah mas isso é uma besteira, ninguém vai acreditar, não precisa ser desmentido! Não, não é! Na terra quadrada,
as teses conspiracionistas, que sempre existiram, ganharam ares de notícia oficial, camufladas pelo inimigo
imaginário: o sistema!
Lula mesmo admitiu que demorou pra responder besteiras como as de que o PT vai fechar igrejas, legalizar
pedofilia e tantas outras, porque achou que ninguém acreditaria nosso.
Acreditaram, e levaram um deputado
inexpressivo a presidente da república e seu seu filho de inteligência mediana, ao status de “gênio das redes”.
O Bolsonarismo vive, e se as forças democráticas não compreenderem esse fenômeno e voltar a campo
somente daqui 4 anos para um novo enfrentamento, amarguraremos uma derrota histórica, e com danos
irreparáveis para a nossa democracia.
Combater a extrema direita deve ser obrigação diária para todos nós,
assim como escovar os dentes e tomar banho. Ou a gente faz isso, ou corremos o risco de não nos chocarmos
diante de crianças sendo estranguladas por não serem “patriotas”. Situações como essa não podem nem
chocar e nem serem combatidas apenas em período eleitoral. A luta contra o fascismo, deve ser constante: orai
e vigiai. Nesse caso, a vigia vale mais que a oração.
André Janones 04-11-2022