O número de casos de covid-19 vem subindo assustadoramente. Embora não tenha tantas mortes como antes, cada vez mais pessoas estão novamente doentes. Lugares públicos como universidades voltaram a solicitar o uso de máscaras. O Blog Tais Paranhos conversou com três nomes que lutam e lutaram contra a Covid e as recomendações foram unânimes: a vacinação ainda é a melhor forma de prevenir a doença, que matou quase 700 mil pessoas em todo o Brasil e é por causa dela que não está havendo tantas mortes. Enquanto alguns lugares já disponibilizem a quinta dose, muitas pessoas, pasmem, ainda NÃO TOMARAM SEQUER A PRlMElRA DOSE! Vejamos as falas agora:
Lula Arraes - Médico lnfectologista e professor da UFPE
"Podemos chamar de pandemia 2.0, mas de infecção, não propriamente de doença. Menos doença grave. E, claro, isso devido à vacina. As UTls estão lotando por causa de quem teve vacinação incompleta. E as crianças devem ser vacinadas com urgência, senão, pouca coisa poderá ser feita. E precisamos observar as consequências a longo prazo de uma infecção precoce".
Jones Albuquerque - Professor da UFRPE e Coordenador do lnstituto de Redução de Riscos e Danos
"A cada nova variante que evade de vacinas, tenos novas pandemias... estamos assim, desde as Deltas, pelo que parece. Estamos em pandemia desde sempre, a WHO ainda não decretou o fim do estado de emergência e, por aqui, negligenciamos isso. Sem medidas restritivas, sem novas vacinas na população, os vacinados em baixa cobertura com 3a e 4a dose, escolares com baixa cobertura vacinal e novas variantes muito infectantes e que evadem o restinho de imunidade que temos, parece que juntos, temos o que você chama de 2.0. E o que devemos fazer? O de sempre: estar ao ar livre o máximo que conseguirmos, distanciamento, mascaras, higiene e termos as novas vacinas na população o quanto antes".
Bruno Moreira Gino - Médico de Emergência e Professor da Ontario Tech University (Canadá)
"Podemos dizer que temos uma pandemia antes das vacinas e depois das vacinas. Antes dos imunizantes havia muitas mortes de pessoas idosas ou portadores de comorbidades, como diabetes e problemas renais, por exemplo. Mas após a chegada das vacinas, 50% das mortes, ou mais, passou a ser de pessoas jovens. Mas, certamente, nós nunca saímos da pandemia".