A exposição “Afinal, o que é poesia”, que faz homenagem ao centenário de nascimento João Cabral de Melo Neto completou um mês de funcionamento no último domingo (23). Em cartaz no museu Cais do Sertão, “Afinal, o que é poesia?”, tem recebido uma média de 400 visitantes por dia, ultrapassando a marca de dez mil pessoas, contando os dias de funcionamento, entre a terça e o domingo.
“É a comprovação do interesse das pessoas por um artista reconhecido mundialmente. João Cabral é um patrimônio do Recife e de Pernambuco e certamente ainda há muito o que conhecermos e revelarmos sobre esse autor inigualável”, afirma Ava Correa, produtora e idealizadora da exposição. Afinal, o que é poesia, tem na curadoria a escritora Inez Cabral (foto), filha do artista que esteve presente na abertura do projeto. “Nossa intenção era mostrar o homem por trás da literatura. O velho tinha sempre um grande interesse pela cultura dos lugares onde viveu e fez grandes parcerias com artistas de várias linguagens diferentes”, disse Inez. Diplomata, João Cabral morou na Espanha, onde se tornou amigo pessoal do Joan Miró, um dos maiores ícones das artes plásticas em todos os tempos. O escritor pernambucano também atuou na França, Inglaterra, Suíça, Paraguai, Senegal, Equador, Portugal Honduras.
A exposição tem a cenografia assinada por Sephora Silva, que explorou diversas passagens da vida do artista, disponibilizando o conteúdo de forma cronológica, para que os visitantes possam passear pela vida do poeta. Interativa, “Afinal, o que é poesia?”, tem um conteúdo audiovisual dirigido por Lula Queiroga, que traz poemas lidos por João Cabral, compostos com imagens, criando um ambiente imersivo e fascinante. Além das visitações, a exposição traz acessibilidade completa, recebendo grupos de pessoas cegas, surdas e com deficiência intelectual.
“Nós queremos formar novas gerações de pessoas interessadas na literatura e por isso recebemos escolas, porque os adolescentes precisam mergulhar nesse universo da palavra de Cabral. A exposição já foi pensada nos moldes de uma mostra contemporânea. O uso da tecnologia audiovisual foi uma maneira de resgatar os jovens”, conta Ava. A mostra fica em cartaz até 20 de novembro.
Com informações do jornalista Wilfred Gadelha
