sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Idosos e violência financeira


O Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa (CIAPPI) catalogou 352 registros de abuso financeiro, 34 casos a mais em relação ao mesmo período do ano passado, e 25 registros de abuso patrimonial de janeiro a agosto deste ano, 37 casos a menos. A violência financeira, também chamada de violência patrimonial, ocorre quando o cuidador da pessoa idosa, seja ele da família, vizinhos, empregados utilizam do dinheiro do idoso em proveito próprio. Essa violência se dá através da retenção de um cartão de uso pessoal do idoso, para empréstimos e gastos pessoais.

Frequentemente a família é a principal autora desse crime, que por vezes é realizada com a pretensão de obter a renda para si, através da vulnerabilidade da pessoa idosa, devido uma doença e/ou fragilidade emocional. A princípio, o abuso financeiro caracteriza-se em razão da retenção do cartão de benefício e realização de empréstimos ou outras movimentações, já o abuso patrimonial caracteriza-se pela posse ou venda de bens móveis ou imóveis. A diferenciação entre esses tipos de crimes são cruciais para a adoção de políticas que sejam eficientes em cada caso.

“O idoso que sofre esse tipo de violência acaba sofrendo outros tipos de violação de direitos, como a negligência, uma vez que esse idoso terá seus cuidados básicos comprometidos, abandono, depressão, medo, fobia”, enumerou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Cloves Benevides. Como prevenção é importante ressaltar que os idosos não assinem documentos duvidosos em instituição financeira, não resolvam questões bancárias através de telefone e não forneçam dinheiro destinado às suas necessidades. 

Além disso, é fundamental que os idosos e seus cuidadores tenham conhecimento dos direitos da pessoa idosa e assim, promover mais autonomia a ela. “Os órgãos de proteção são fundamentais nesse compartilhamento de informação, como o Ministério Público, Conselho do Idoso, órgãos municipais e estaduais de atenção à pessoa idosa, como o CIAPPI”, concluiu Benevides.

*CIAPPI*
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(81) 3182 7649
Fotos: Surama Negromonte/SJDH