Nas festas de fim de ano, como o Natal e, sobretudo, o Revéillon, a presença dele é garantida. É uma tradição da sociedade ver o céu brilhar para marcar a passagem de um ano, a virada do calendário e celebrar a boa nova que todo Ano Novo proporciona aos seres humanos. Apesar da beleza e do show de luzes, a queima de fogos de artifício, em especial os com estampidos, pode causar transtornos aos animais e às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Diante disso, a Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais do Recife (SEDA) alerta que essa prática pode ser nociva aos pets, podendo levar, em alguns casos, à morte dos bichinhos. Desde novembro deste ano, o Decreto Municipal nº 35.049 veda a queima de artefatos e fogos que causem poluição sonora.
Diretor do Hospital Veterinário do Recife Robson José Gomes de Mello (HVR), o médico veterinário Elielson Ernesto explica que os animais de estimação são mais sensíveis ao som do que os seres humanos. Este fator é potencializado no período de fim de ano, devido a prática de soltar fogos de artifício nas festas de Ano Novo. Ele destaca que a audição dos gatos, por exemplo, é muito superior à das pessoas, podendo chegar a faixas ultrassônicas. Como comparação, os homens e mulheres têm capacidade de ouvir frequências 50 vezes menos do que os felinos.
“Os animais, de maneira geral, têm a audição muito mais sensível do que a dos seres humanos. Quando eles escutam o barulho dos fogos de artifício, aquilo, para eles, é como se fosse uma agressão muito forte. Por isso, os bichos entram em estresse elevado e tomam atitudes inesperadas, como fugir, ficarem agressivos, entre outras situações”, detalha Elielson Ernesto.
Para minimizar o estresse provocado pelo barulho, o diretor do HVR orienta os tutores a acomodar os animais em ambientes confortáveis, que dê segurança aos bichos, com alimento e água. Outra possibilidade é envolver os pets em tecidos, como mantas ou lençóis, e trazer para próximo ao corpo, fazendo com que se sintam seguros. Em alguns casos, Elielson Ernesto também sugere colocar chumaços de algodão nos ouvidos dos bichinhos. Outra possibilidade é “acostumar” o animal com outros sons ambientes, a exemplo do som da televisão, uma música em volume mais alto ou mesmo de um ventilador. “Todas essas ações minimizam os impactos do barulho dos fogos”, informa o médico veterinário.
Para além do incômodo com o estresse ocasionado pelos fogos de artifício, o diretor do HVR alerta que muitos animais podem sofrer problemas de saúde, em alguns casos podendo ser fatais. Isso porque, segundo Elielson Ernesto, os pets que possuem algum problema cardíaco podem ir à óbito devido aos surtos com os estampidos.
lmprensa Recife