Para 41% dos jovens brasileiros, as redes sociais causam sintomas como tristeza, ansiedade ou depressão. Os números são da edição de 2019 do Indicador de Confiança Digital (ICD), levantamento contínuo conduzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que avalia as perspectivas dos brasileiros em relação à tecnologia. O estudo apontou também que os jovens são os que menos confiam no digital.
Os adolescentes de 13 a 17 anos têm o ICD mais baixo entre o público analisado, com três pontos em uma escala cuja pontuação máxima é cinco. O valor cai, ainda, para 2,78 entre aqueles com Ensino Fundamental completo, que coincide com o público dessa faixa etária. Em contrapartida, os mais velhos confiam mais na tecnologia pela oportunidade de se conectar com pessoas distantes.
Os jovens estão cada vez mais nervosos com a possibilidade de perder alguma coisa que está acontecendo no mundo ou no seu ciclo mais próximo de amizades. Todos ficam querendo consultar o celular muitas vezes por dia - esses comportamentos são sintomas claros da síndrome FoMO, sigla para "fear of missing out”.
Apesar de ser fonte de renda para milhares de pessoas no planeta e possibilitar maior interação com quem não se convive diariamente ou até com ídolos, as redes sociais podem ser prejudiciais à saúde mental se não forem utilizadas de maneira correta. É o que diz uma outra pesquisa, esta realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem.
O estudo revela que as taxas de ansiedade e depressão entre jovens de 14 a 24 anos aumentaram 70% nos últimos 25 anos. Ao todo, 1.479 participantes das pesquisas falaram sobre o nível de envolvimento com aplicativos como YouTube, Twitter, Instagram e Snapchat e como eles influenciavam em seus sentimentos.
O resultado indicou que o compartilhamento de fotos pelo Instagram impacta negativamente no sono, na autoimagem e aumenta o medo de jovens de ficar fora dos acontecimentos. Cerca de 70% dos jovens revelaram que o aplicativo fez com que eles se sentissem pior em relação à própria autoimagem e, quando a fatia analisada são as meninas, esse número sobe para 90%.