Famílias agricultoras do Agreste do estado, que têm aerogeradores dos parques eólicos instalados em suas terras, têm denunciado, com frequência, impactos socioambientais causados por essas iniciativas. Preocupado com essa situação, o deputado Doriel Barros (PT), presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa (Alepe), articulou uma visita a comunidades do município de Caetés. A delegação que irá até o local contará, também, com a presença dos presidentes das Comissões de Meio Ambiente e Direitos Humanos da Alepe, Wanderson Florêncio e Jó das Juntas, respectivamente, além de representantes da Articulação de Entidades que Lutam Contra os Impactos da Energia Eólica em Pernambuco (Acipe).
Os parlamentares irão, ainda, aos municípios de Belo Jardim e Brejo da Madre de Deus, onde empresas estão arrendando terras para a construção de mais um parque eólico. Diante das experiências de outras localidades, várias comunidades já estão preocupadas com os impactos ambientais dessa instalação, pois existem cerca de mil nascentes nessa área, que abastecem as importantes bacias hidrográficas do Capibaribe e do Ipojuca,
De acordo com as denúncias recebidas pelo deputado, de famílias do município de Caetés, o barulho dos aerogeradores tem causado sérias complicações à saúde dos moradores, a exemplo de dor de cabeça, distúrbios do sono, tontura, redução da audição, irritabilidade e até depressão. Há também a identificação de problemas relacionados à produção de ovos pelas galinhas e de leite pelas vacas. Eles perceberam, ainda, que as abelhas estão desaparecendo, assim como está havendo a redução de pássaros nessas localidades. O som emitido pelos aparelhos é tão intenso que as casas chegam a rachar.
“Quando as famílias assinam o contrato com essas empresas, autorizando a colocação dos aerogeradores em suas terras por décadas, elas não são informadas desses problemas. Já houve casos de pessoas que deixaram suas propriedades porque as multas para a rescisão são altíssimas”, conta Doriel Barros.
O parlamentar também pontua que não é contra o desenvolvimento promovido pelos parques eólicos, mas ele precisa acontecer de forma a assegurar a qualidade de vida das famílias. “Não se pode entender que há produção de ‘energia limpa’ apenas por ela não deixar resíduos, é preciso que essa produção também não deixe impactos sociais e ambientais”, afirma.
Essa pauta já vem sendo apresentada pelo deputado Doriel Barros desde o início do seu mandato. Nesse sentido, ele já apresentou um Projeto de Lei sobre o tema, estabelecendo distância entre os aerogeradores e as residências e equipamentos públicos, e já foi realizada uma reunião na Comissão de Agricultura, em 2019, com a presença de famílias e das empresas.
Ascom Doriel Barros