Com o intuito dar visibilidade à luta da mulher negra, a Prefeitura do Paulista vai promover o “Julho das Pretas”, campanha digital em alusão ao Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho. A ação é por meio da Secretaria de Políticas Sociais e Direitos Humanos do município. A programação segue até o dia 31 de julho.
O tema do empoderamento da mulher negra é uma pauta sobre política pública de gênero, mas traz também questões raciais e sociais, além de abordar o racismo religioso, a saúde da população negra e a violência contra juventude negra.
Diante de tal realidade e das diversas questões importantes que envolvem a vida dessas mulheres, a Prefeitura de Paulista criou a iniciativa com objetivo de levantar histórias de dez mulheres anônimas e não-anônimas, que em sua trajetória se destacaram por suas atuações em favor da valorização da população negra e da luta antirracista.
As homenageadas foram indicadas pelas organizações do movimento negro e de mulheres. Elas impactaram e inspiraram a vida de muitas pessoas. Dar voz a elas é empoderá-las, dar visibilidade a suas histórias e valorizar suas batalhas.
Para a construção de um futuro mais justo e igualitário, é preciso cada vez mais empoderar mulheres através de ações políticas e sociais.
O “Julho das Pretas” é coordenado pela Diretoria de Igualdade Racial de Paulista, em parceria com a União de Negras e Negros pela Desigualdade (Unegro/Paulista), com a Macha Mundial de Mulheres, com o Coletivo Obirin e com o Movimento Negro Unificado (MNU/Paulista).
A Diretora de Igualdade Racial do município do Paulista, Nathalia Valeska, falou sobre ampliar parcerias e dar visibilidade à identidade da mulher preta.
“Historicamente, as mulheres negras representam luta e resistência. Por isso, é tão importante conhecer a ancestralidade, para reconhecer as causas em pauta. Essa ação celebra a promoção, a valorização e a necessidade de criação de políticas públicas para as mulheres negras, a fim de garantir seus direitos, propiciando um diálogo com a sociedade civil, movimentos e coletivos, no reconhecimento da atuação, da produção intelectual e da identidade dessas mulheres”, afirmou Nathalia.
*Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha*
O dia 25 de julho é o Dia da Mulher Negra, instituído pela Lei nº 12.987/2014. A data foi inspirada no Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha (dia 31 de julho), criado em julho de 1992, sendo comemorada no Brasil desde o início do século XXI.
O dia 25 de julho também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola que viveu no atual Estado de Mato Grosso durante o século XVIII.
O marco reafirma a identidade, a história e a luta das mulheres negras brasileiras.
O Brasil foi, em grande parte, construído através do sacrifício da mulher preta. A chegada das mulheres africanas marcou a formação social brasileira. Na escravidão, elas sofreram uma dupla exploração. Além der serem escravizadas, sofrendo da violência inerente a esse sistema, também foram exploradas sexualmente.
Além disso, elas trouxeram tradições ancestrais que influenciaram a língua, os costumes, a alimentação, a medicina e a arte do nosso país. Também introduziram métodos agrícolas, vários produtos e valores coletivos no Brasil.
As mulheres negras, portanto, têm uma contribuição imensurável para a cultura e história brasileira, devendo ter sua luta enaltecida e celebrada.
lmprensa Paulsta