O governador Paulo Câmara participou, nesta quinta-feira (24.06), do evento online “Diálogos sobre mudanças climáticas e biodiversidade”, promovido pela Delegação da União Europeia no Brasil, e reafirmou o compromisso de Pernambuco em neutralizar as emissões de gases de efeito estufa no seu território até 2050, apoiado em uma parceria com a União Europeia firmada em março deste ano. Com a iniciativa, o Estado se torna pioneiro no Nordeste na criação desse tipo de plano, que visa garantir o desenvolvimento sustentável, aliando emprego, renda, qualidade de vida, preservação ambiental e vantagens competitivas no mercado internacional.
“O desenvolvimento desse projeto se dará com o apoio do Fórum Pernambucano de Mudança do Clima, que constitui uma instância de participação de diversos setores do governo e da sociedade. Isso vai ser essencial para a viabilização de uma estratégia robusta e aderente à realidade pernambucana, que possa efetivamente orientar o Estado no caminho do desenvolvimento de baixo carbono”, detalhou Paulo Câmara, relembrando que Pernambuco tem políticas nesse sentido desde 2010 e vem desenvolvendo diversas ações para mitigar as emissões e adaptar-se aos efeitos da mudança do clima.
O acordo firmado prevê a construção de um Plano de Descarbonização para a economia do Estado, que vem sendo elaborado a partir de projeções da economia atual, considerando os setores que mais impactam em termos de liberação dos gases causadores do aquecimento global. A partir dessa análise será estruturada a trajetória para alcançar a neutralidade carbônica, com medidas mais eficazes para acabar com as emissões ou compensar aquilo que não for possível deixar de produzir. A ação é coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado, e ganha destaque pela metodologia aplicada, a mesma em uso no mais novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU.
O estudo prevê a apresentação de metas escalonadas de redução, a serem alcançadas em 2025, 2035 e 2050. Serão, inclusive, apontados os investimentos necessários e os impactos sociais e econômicos decorrentes das ações propostas, que visam o corte de emissões, a geração de empregos e a melhoria da qualidade de vida. A substituição de matrizes energéticas por tecnologias de baixo carbono, como o biocombustível, a energia fotovoltaica, a energia eólica e a gerada a partir do hidrogênio, entre outras, é um dos fatores a ser levado em consideração na construção do plano. Também será avaliada a possibilidade de implantação de um mercado de carbono.
A versão final do Plano de Descarbonização do Estado será publicada em fevereiro de 2022, mas vários produtos intermediários serão consolidados e debatidos. Entre eles está a síntese das políticas públicas propostas para adoção das soluções de baixo carbono, a ser apresentada por Pernambuco na COP 26, que acontecerá em novembro deste ano, em Glasgow, na Escócia.
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