Minha homenagem aos trabalhadores do mundo inteiro, poema feito na década de 70, da janelinha da chamada “terceira do sul da Casa de Detenção do Recife”, onde cumpria a longa pena (cerca de 70 anos de que a ditadura civil-militar de 64 me impôs, por atividades consideradas subversivas à época. Poema foi feito observando o vai-e-vem de um trabalhador da construção civil, que cumpria seu mister entre a Estação Ferroviária e alguma obra em curso ao lado da estação:
*PEDREIROS*
Diariamente companheiro
eu te encontro aqui
no crepúsculo do parque.
Tu deslocando pedras
e abrindo caminhos nos ares.
Eu deslocando pedras
sem abrir sequer um atalho.