Entre os dias 25 e 30 de abril de 2021, sempre às 21h, será exibida a temporada de Ex-NE - O Sumiço, recorte da pesquisa e experimentação em território online do espetáculo Ex-nordestines. Na trama, transmitida gratuitamente pelo Youtube do Coletivo Estopô Balaio, a frase proferida por uma estudante paulista nas suas redes sociais em 2010, "Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado", se concretiza e o Nordeste some do mapa, permanecendo na lembrança de apenas quatro pessoas - Laura, Mazé, Towe e Salda. O texto é de Henrique Fontes, a direção é de Quitéria Kelly e a trilha sonora é de Marco França. A peça foi elaborada com recursos da Lei Aldir Blanc, ProAC 36/2020.
Na distopia, o mapa do Brasil já não apresenta os nove estados que compõem a região do Nordeste. Não se sabe se eles foram afogados pelo Oceano Atlântico ou se essa é a próxima etapa de um plano de dominação. A história não guarda palavras sobre o território que sumiu e as quatro pessoas que ainda se recordam do que foi essa região se questionam se o que a liquidou foi um golpe, um tsunami, um leilão ou até se o Nordeste realmente existiu ou foi uma ilusão coletiva.
"Ex-NE - O Sumiço é o começo da jornada de quatro personagens tentando entender por que o Nordeste sumiu do mapa no Brasil de 2032. É uma distopia que fala de um fato antigo - a xenofobia no país e o hábito de ainda se colocar nordestinos como cidadãos de segunda categoria", conta Henrique Fontes, autor da peça.
O sumiço da região é um gatilho para a discussão sobre a invisibilização de diversas nações indígenas que compõem a região, sobre a naturalização de erros exploratórios consequentemente repetidos e sobre a racialização do nordestino. Diante dos inúmeros e históricos ataques ao Nordeste e aos nordestinos, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país, nascem as perguntas: até que ponto nós, enquanto sociedade, sabemos que o Nordeste é uma invenção com fins políticos, econômicos e sociais?
A diretora da montagem, Quitéria Kelly, conta que o trabalho nasce a partir de um convite do Coletivo Estopô Balaio, que se volta para a discussão em torno da palavra Nordeste. A diretora, que já transita pelo tema em sua companhia, o grupo Carmin, aqui se junta aos artistas migrantes do Estopô em São Paulo.
"No Nordeste há várias culturas apagadas, já que a região foi simbolizada por homens brancos, parte de uma elite açucareira que apagou do imaginário do povo a cultura indígena, a dos africanos que chegaram escravizados, a de judeus, entre muitas outras", conta Quitéria.
Entre os dias 25 e 30 de abril de 2021, sempre às 21h, será exibida a temporada de Ex-NE - O Sumiço, recorte da pesquisa e experimentação em território online do espetáculo Ex-nordestines. Na trama, transmitida gratuitamente pelo Youtube do Coletivo Estopô Balaio, a frase proferida por uma estudante paulista nas suas redes sociais em 2010, "Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado", se concretiza e o Nordeste some do mapa, permanecendo na lembrança de apenas quatro pessoas - Laura, Mazé, Towe e Salda. O texto é de Henrique Fontes, a direção é de Quitéria Kelly e a trilha sonora é de Marco França. A peça foi elaborada com recursos da Lei Aldir Blanc, ProAC 36/2020.
Na distopia, o mapa do Brasil já não apresenta os nove estados que compõem a região do Nordeste. Não se sabe se eles foram afogados pelo Oceano Atlântico ou se essa é a próxima etapa de um plano de dominação. A história não guarda palavras sobre o território que sumiu e as quatro pessoas que ainda se recordam do que foi essa região se questionam se o que a liquidou foi um golpe, um tsunami, um leilão ou até se o Nordeste realmente existiu ou foi uma ilusão coletiva.
"Ex-NE - O Sumiço é o começo da jornada de quatro personagens tentando entender por que o Nordeste sumiu do mapa no Brasil de 2032. É uma distopia que fala de um fato antigo - a xenofobia no país e o hábito de ainda se colocar nordestinos como cidadãos de segunda categoria", conta Henrique Fontes, autor da peça.
O sumiço da região é um gatilho para a discussão sobre a invisibilização de diversas nações indígenas que compõem a região, sobre a naturalização de erros exploratórios consequentemente repetidos e sobre a racialização do nordestino. Diante dos inúmeros e históricos ataques ao Nordeste e aos nordestinos, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país, nascem as perguntas: até que ponto nós, enquanto sociedade, sabemos que o Nordeste é uma invenção com fins políticos, econômicos e sociais?
A diretora da montagem, Quitéria Kelly, conta que o trabalho nasce a partir de um convite do Coletivo Estopô Balaio, que se volta para a discussão em torno da palavra Nordeste. A diretora, que já transita pelo tema em sua companhia, o grupo Carmin, aqui se junta aos artistas migrantes do Estopô em São Paulo.
"No Nordeste há várias culturas apagadas, já que a região foi simbolizada por homens brancos, parte de uma elite açucareira que apagou do imaginário do povo a cultura indígena, a dos africanos que chegaram escravizados, a de judeus, entre muitas outras", conta Quitéria.
SERVIÇO
EX-NE - O Sumiço
Temporada online de 25 a 30 de abril, às 21h, no canal do Youtube do Coletivo Estopô Balaio
Duração: 23 min. | Classificação: 12 anos
Grátis*
*Temporada contemplada com recursos da Lei Aldir Blanc, ProAC 36/2020.