quinta-feira, 11 de março de 2021

Editorial: Um ano de incertezas

 

A pandemia do (não tão) novo Coronavírus está completando hoje (11) um ano de sua declaração pela Organização Mundial de Saúde. Até agora, estamos aterrorizados em meio a tantas incertezas. Ontem, 10 de março, o Brasil bateu todos os recordes ao registrar a morte de - pasmem - cerca de 2300 pessoas. lsso acontece porque o Brasil segue enlutado com as mais de 270 mil vidas perdidas. O isolamento social, necessário para evitar a proliferação do vírus está cada vez mais negligenciado. Como se não bastasse, o simples uso das máscaras vem sendo combatido por muitos - que inclusive, apelidam pejorativamente de "focinheira" e a proliferação das fake news atrapalha ainda mais o combate à covid-19 no Brasil. 

Na esmagadora maioria dos países, os governantes viabilizaram programas de auxilio aos trabalhadores e às empresas, para reduzir os danos à economia, coisa que ocorreu de modo precário e desorganizado no Brasil. Com muita luta e articulações do Congresso Nacional (em especial a Bancada de Oposição), se conquistou um Auxilio Emergencial que levou milhões às ruas, primeiramente por R$ 600 e depois R$ 300. Está prevista uma nova rodada do auxilio, para este ano, mas com valores mais baixos. Nas periferias, muitos não puderam fazer o tão necessário isolamento, pois precisavam continuar trabalhando. Por outro lado, muitos que poderiam, tinham totais condições de ficar em casa, não o faziam, pois muitos eventos clandestinos aconteceram desde o inicio da quarentena.

O singelo uso das máscaras passou a ser combatido por negacionistas. Chamadas, de forma pejorativa, de "focinheiras ideológicas", os protetores faciais de tecido ganharam as ruas, mas também houve quem insistisse em sair às ruas de "cara limpa". A eficácia na utilização das máscaras está no uso correto, cobrindo nariz e boca, afinal, algumas horinhas de desconforto são melhores do que a falta de ar, ou do que passar semanas em um respirador.

A grande inimiga do combate à covid não é apenas a doença em si. A desinformação é tão letal e perigosa quanto o coronavírus, pois se proliferam nas redes sociais, atingindo alto número de pessoas. Recusas às vacinas, propaganda de tratamentos ineficazes, teorias conspiratórias, tudo é assunto para amedrontar as pessoas, e o pior, incentivando a negligenciar as únicas formas ainda eficazes de evitar a Covid-19: distanciamento social, uso do álcool gel e a colocação de máscaras para sair de casa.

Diante de tudo que foi mostrado aqui, constatamos com tristeza que, após um ano de pandemia, tudo ainda é permeado de incertezas. Governos, empresas e sociedade precisam estar unidos para fazer valer o combate à Covid-19. Antes que essas incertezas levem ainda mais vitimas à única certeza da vida: a fatalidade.

Da Redação
lmagem disponível em <https://www.chronide.org/copia-seug-uso-med>
acesso em 11 de março de 2021.