quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Menina trans espancada até a morte no Ceará

 

Uma menina que sonhava em ser digital influencer. Uma estudante de 13 anos em inicio de transição de gênero. Uma garota tímida que adorava dançar e ir à praia. A orfandade de mãe aos 12 anos. E uma vida interrompida pela violência.

Keron Ravach (foto), 13 anos, foi espancada até a morte na madrugada da última segunda-feira (4). O crime - que espantou pela brutalidade - ocorreu em Camocim, a 457 km de Fortaleza, e chocou a cidade, que tem cerca de 63 mil habitantes. Ela tinha nove irmãos.

O principal suspeito do homicídio é um adolescente de 17 anos, que já foi apreendido. Segundo o delegado responsável, Herbert Ponte, o jovem tem comportamento agressivo e violento e a sua internação já foi solicitada. 

Keron agora integra uma triste estatística, que leva o Brasil ao campeonato mundial de assassinatos de pessoas transgêneras. De acordo com relato da ONG Transgender Europe, 868 travestis e transexuais foram assassinados no Brasil nos últimos oito anos, como foi o caso da também cearense Dandara, morta em 2017 aos 42 anos. 

No Brasil, onde a expectativa de vida da população é de 75 anos, a expectativa da população trans é de apenas 35 anos.

Nem a essa idade a Keron teve o direito de completar.