quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Senado revoga portaria que excluía personalidades negras

 

O Senado aprovou, com 69 votos favoráveis e três contrários, o PDL 510/2020, projeto que suspende a portaria da Fundação Palmares que exclui personalidades negras do rol de homenageados por essa instituição. O texto vai à Câmara. A Fundação Palmares havia determinado que só haveria homenagens póstumas, a exemplo do atleta João do Pulo (1954-1999), o humorista Mussum (1941-1994), a atriz Jacira Sampaio (1922-1998) e o cantor Wilson Simonal (1938-2000).

O líder do governo no senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) lembrou de suas origens pernambucanas (um dos estados de maior população preta no Brasil) e disse que, mesmo sendo aliado do governo federal, iria defender a revogação da portaria. Já o senador Flávio Bolsonaro (REP-RJ) defendeu publicamente as novas diretrizes da Fundação Palmares e que “essa discussão era puramente ideológica”.

A portaria da Fundação Palmares havia excluído nomes como o dos cantores Elza Soares, Milton Nascimento e Gilberto Gil; da para-atleta Ádria de Souza; de políticos como os petistas Paulo Paim e Benedita da Silva; da ex-ministra Marina Silva e da atriz Zezé Motta (foto). Haviam sido revogados nomes polêmicos como o do transformista Madame Satã (1900-1976) e o do militante da Aliança Libertadora Nacional, Carlos Marighella (1911-1969)

Enquanto isso, na Câmara, foi aprovada a Convenção Interamericana contra o Racismo e de todas as bancadas partidárias, o único partido que votou totalmente contra a convenção foi o Partido Novo.

Com informações da Agência Senado