O final de 2020 chegou e com ele, novas metas e planos são traçados para o ano que se aproxima, num momento desafiador para a maioria das pessoas, que teve metas e projetos adiados devido a Pandemia. Perder peso, é um dos desejos que figura com frequência na lista de sonhos e, nesse 2021, não será diferente já que o sedentarismo imposto pelo isolamento social, acarretou ganho de peso e aumento da obesidade que traz consigo várias comorbidades como hipertensão e diabetes. Além disso, obesos tem grandes chances de complicações caso contraiam o Covid-19. Emagrecer não é fácil por que implica na mudança de hábitos e na prática de atividade física de forma regular e orientada por um profissional. A cirurgia bariátrica aparece e, só é indicada, depois do paciente já ter passado por vários tratamentos de emagrecimento, sem sucesso e os quilos a mais já estarem comprometendo a sua saúde e qualidade de vida.
A cirurgia bariátrica ainda é cercada de muitas dúvidas, principalmente por parte dos pacientes e estas, poderão ser esclarecidas nesta segunda-feira (28), a partir das 19h, no Hospital Esperança (7º andar do anexo 3), durante encontro gratuito e aberto ao público realizado pelo cirurgião bariátrico Walter França. Na última Reunião Multidisciplinar da Obesidade em 2020, também haverá palestras da nutricionista e psicóloga que integram a sua equipe multidisciplinar, bem como, depoimentos de pacientes já operados. Além de fazer uma explanação geral e esclarecer dúvidas sobre a cirurgia bariátrica, o cirurgião Walter França irá repassar informações sobre o procedimento com o uso da robótica, técnica minimamente invasiva e considerada a evolução tecnológica da medicina na cirurgia da obesidade, permitindo um campo 20 vezes maior da área a ser operada e uma recuperação mais rápida ao paciente.
Entre os procedimentos mais usados na cirurgia bariátrica estão o Sleeve e a cirurgia robótica. No Sleeve ou Gastrectomia Vertical, o estômago do paciente é grampeado em forma de tubo que vai do esôfago ao duodeno. Assim se reduz o estômago em até 80% do seu tamanho. O novo órgão fica com 150 ml a 250 ml e com forma parecida a um tubo gástrico.” Nessa redução se retira parte do fundo gástrico, região que produz o hormônio grelina, responsável pela sensação de fome. Após a cirurgia, o apetite diminui. Esse procedimento é indicado para paciente com obesidade 3 e mórbida principalmente o que possuem problemas intestinais ou quadro de anemia importante”, enfatiza.
A cirurgia robótica já está presente nos hospitais mais renomados do mundo. O cirurgião bariátrico Walter França, foi um dos primeiros a realizar o procedimento fazendo o uso da robótica no Hospital Esperança, em Pernambuco. Com capacitação num dos mais conceituados centros de referência em Robótica, na Colômbia, o especialista utiliza o robô Da Vinci, que possui quatro “braços”, sendo três utilizados para fazer as incisões, os movimentos e o manuseio dos instrumentos.
O outro “braço” do robô possui uma câmera que reproduz a imagem do local da cirurgia para o médico, que visualiza e executa os movimentos a serem replicados por Da Vinci. A ferramenta oferece visualização em três dimensões (3D) do campo cirúrgico e consegue fazer movimentos de até 360º. A cirurgia bariátrica robótica facilita a intervenção em pacientes com índice de massa corporal (IMC) acima de 50, nos casos de reoperação e nas cirurgias tecnicamente mais difíceis. Além de ampliar as imagens em 20 vezes, outro ponto positivo do procedimento é que o cirurgião permanece sentado, diferente de outras técnicas em que o médico permanece em pé, o que o ajuda a atenuar a fadiga de cirurgias de alta duração. A cirurgia robótica cresce de forma expressiva. A tendência é que essa técnica continue em expansão, com mais equipamentos instalados e médicos sendo habilitados para realizar o procedimento.
De acordo com o cirurgião bariátrico Walter França os quilos a mais não interferem apenas na autoestima dos pacientes mas, colaboram para desencadear várias doenças como problemas cardiovasculares, câncer, depressão, hérnias, diabetes II, dermatites e dislipidemia (alteração do colesterol), apneia do sono, incontinência urinária, disfunções hormonais e erétil nos homens, doenças articulares e do refluxo, entre outros problemas, acometem que está bem acima do peso. Hoje já é possível operar um paciente com índice de massa corpórea (IMC) partir de 30, com doenças correlatas e, como qualquer outra cirurgia, a bariátrica tem riscos, mas as doenças relacionadas ao excesso de peso, matam muito mais. “O risco de óbito numa cirurgia bariátrica é de 0,2%, já a obesidade mata 10 vezes mais”, relata o profissional.