A produção agroflorestal é uma realidade em diversas propriedades rurais de Pernambuco, estilo de plantio encontrado inclusive na Região Metropolitana do Recife (RMR), como é o caso do Sítio Sete Estrelas, localizado na área rural de Cruz de Rebouças, em Igarassu. Os produtores rurais Amadeu e Cristina Petroni são exemplos da implantação da agricultura agroflorestal dentro de um processo organizado onde, por meio da Associação Terra e Vida, plantam e produzem alimentos manufaturados a partir de um processo produtivo ecologicamente mais natural.
O sítio de Amadeu e Cristina fica localizado em um assentamento estadual, chamado Ulysses Pernambucano, que abriga cerca de 80 famílias em uma área total de mais de 290 hectares. No Sítio Sete Estrelas, de seis hectares, eles criam animais e cultivam uma série de culturas, como tubérculos, legumes, hortaliças e frutas; insumos que são transformados em alimentos beneficiados como bolos, pães, carne de jaca, massas, geleias, lanches, entre outros que são produzidos no conceito agroflorestal e comercializados nas feiras agroecológicas da RMR, a exemplo da Feira Agroecológica de Setúbal, na Várzea, em Santo Amaro, Shopping Riomar e Ferreira Costa.
"Nesse tipo de produção, buscamos os cuidados com a terra, o respeito à ecologia natural e à qualidade de vida. Para nós, a agrofloresta é um conceito de vida, onde temos prazer em cuidar bem da terra, das plantas e dispor de alimentos por meio de uma série de ações emotivas com a terra. Esse formato produtivo é nosso estilo de vida, porque acreditamos que precisa haver uma produção sustentável, um equilíbrio e um retorno justo para a natureza e para a manutenção financeira da família", explicam Cristina e Amadeu.
O Sítio Sete Estrelas é considerado um modelo exitoso de utilização da terra para fins de produção de alimentos de base familiar e agroecológica, que também vem inspirando outros assentamentos estaduais a utilizarem a terra sem uso de agrotóxicos e de forma sustentável. "Observamos cada vez mais um crescente número de agricultores familiares, que possuem concessão de uso da terra ou são beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) em Pernambuco, optando pela agroecologia como principal forma de produção de alimentos. Essa consciência traz impactos ainda mais benéficos para o meio ambiente e para a população", destacou o presidente do Iterpe, Altair Patriota.
O trabalho do Iterpe desenvolvido junto às famílias assentadas vai além da entrega de título de concessão da terra, envolve o levantamento de informações técnicas que subsidiam outras políticas públicas ou ações do Estado voltadas ao desenvolvimento rural, a exemplo do Cadastro Ambiental Rural (CAR), acompanhamento dos conflitos fundiários, medição das áreas, entre outras ações.
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