Livros, documentários e estudos recentes têm alertado sobre a
influência das mídias digitais no comportamento e na tomada de decisões dos
indivíduos. Especialistas afirmam que
as redes sociais afetam o cérebro por meio de respostas químicas geradas por um
mecanismo de recompensa provocado pelas interações virtuais: visualizações,
curtidas e comentários, o que pode levar à dependência psicológica e causar
ansiedade, irritabilidade, falta de autocontrole e à depressão. “Estamos conseguindo avançar com relação ao combate às
fakes news, o que é muito importante, mas precisamos também atuar de forma
preventiva, a fim de minimizar danos que podem ser irreparáveis. E a escola e o
parlamento devem assumir suas responsabilidades sobre esse tema”, avalia o
deputado federal Carlos Veras (PT/PE), autor do Projeto de Lei 5597 de 2020, que
inclui o conteúdo sobre a influência das mídias
digitais na sociedade nos currículos do ensino fundamental, por
meio de alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
A
proposta foi protocolada na última sexta-feira (18), na Câmara dos Deputados. O
próximo passo, segundo o parlamentar, é promover amplo debate com a comunidade
escolar e movimentos sociais que representam trabalhadores em educação e
estudantes. “Serão as professoras e os professores que apontarão a melhor forma
de aplicação da lei, queremos dialogar com a comunidade escolar, com toda a
sociedade. Uma coisa é certa: não podemos fugir deste diálogo, em defesa da
saúde das pessoas e da nossa democracia”, acrescenta Veras. “Espero que a gente
avence com o assunto neste primeiro semestre de 2021”, finaliza.
Brasil
no topo
Dados
contidos no projeto de Carlos Veras apontam que, em janeiro de 2020, o número
de pessoas que utilizavam a internet em todo o mundo atingiu o total de 4,5
bilhões, um aumento de 7% em comparação a janeiro de 2019 (298 milhões novos
usuários). Destes, 3,8 bilhões faziam uso de alguma mídia social em janeiro de
2020. Segundo o relatório Hootsuite
e We are social, o Brasil é o
terceiro país em quantidade de horas gastas na internet por usuário, um total
de 9 horas e 17 minutos por dia, sendo que 3 horas e 31 minutos são dispendidas
em plataformas sociais como Youtube, Facebook, Instagram, Twitter e Tiktok
E
nesse domínio digital, os mais jovens são os mais vulneráveis. Por isso, é
urgente esclarecer estudantes, crianças e adolescentes, pais e responsáveis
quanto aos perigos e consequências da superexposição às mídias digitais, quanto
à necessidade de saber filtrar os conteúdos acessados, os ajudando a
desenvolverem senso crítico quanto ao conteúdo exposto e habilidades que evitem
riscos desnecessários.
Confira
o teor do projeto: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node01t0wezoo1jvlt1t22asrx3gz2j3439529.node0?codteor=1954568&filename=PL+5597/2020