Depois de tantos meses de silêncio e cortinas fechadas pela pandemia, o Teatro Santa Isabel reabre as portas, convidando os recifenses para uma visita. Nos próximos domingos 8 e 22 de novembro, será retomada a programação de visitas gratuitas às instalações e histórias de um dos mais antigos e importantes equipamentos culturais do país. Também serão realizadas visitas nos dois primeiros domingos de dezembro.
A cada dia, serão disponibilizados três horários de visitação, às 14h, 15h e 16h, para grupos de, no máximo, 10 pessoas. Os grupos serão formados no dia da visita, por ordem de chegada dos visitantes. O uso de máscara será obrigatório para acesso ao teatro, gerido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife.
Na visita, o público será apresentado às curiosidades, dificuldades, glórias e lutas que testemunhadas e protagonizadas pelo teatro centenário, inaugurado em 18 de maio de 1850, e batizado em homenagem à Princesa Isabel, inserindo a então província de Pernambuco numa nova fase cultural.
Idealizado pelo Barão da Boa Vista, teve o projeto dirigido pelo engenheiro francês Louis Léger Vauthier, que inovou na época, optando por não utilizar trabalho escravo na construção de arquitetura neoclássica. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 31 de outubro de 1949, o equipamento foi mais tarde eleito um dos 14 teatros-monumentos do país.
Durante toda a sua história, a casa sempre esteve no centro da vida política da cidade, tendo assistido à Revolução Praieira e abrigado a campanha abolicionista e pelo advento da República. Frequentado, desde sempre, por notórias personalidades da cultura nacional, o Teatro de Santa Isabel foi cenário dos debates literários de Tobias Barreto e Castro Alves. Foi de lá que ecoou para todo o Brasil a histórica frase do abolicionista Joaquim Nabuco: “Aqui vencemos a causa da abolição”, imortalizada numa placa exibida numa das paredes do teatro até hoje.
Uma curiosidade sobre o teatro é que ele chegou a ser destruído por um incêndio ocorrido em 19 de setembro de 1869, tendo sido totalmente recuperado, redimensionado e entregue outra vez ao povo pernambucano em 16 de dezembro de 1876.
Nos próximos domingos, toda essa história espera o público recifense para uma visita. E o Santa Isabel aguarda ansioso para matar a saudade e recomeçar a escrever os próximos capítulos.
Imprensa Recife