Tereza [nome fictício] morava só, havia sido abandonada pelos filhos. "Quando cheguei do trabalho a vi na rua, ela tinha sido despejada, pois estava devendo dois meses de aluguel, eu não poderia deixá-la naquela situação. Foi quando liguei para uma pessoa que conheço do CIAPPI, que me orientou a ligar para a polícia, para que pelo menos ela pudesse dormir aquela noite na casa onde morava”. O relato da situação de abandono e negligência é da estudante Maria Gabriela, que não mediu esforços para ajudar à idosa.
Contudo, ao contrário do desfecho feliz de Tereza, que teve ajuda do Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa (CIAPPI), programa vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), o qual realizou todas as intervenções necessárias para que a idosa fosse encaminhada para uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), muitas pessoas idosas ainda vivem em situação de abandono. De acordo com o Centro, de março a outubro deste ano, foram registradas 59 denúncias, 38 a mais do que o mesmo período de 2019 (21), um aumento de 180,95% desta violação.
"Não é possível que fechemos os olhos para situações como estas. Todos podem e devem denunciar qualquer tipo de violação contra esse público para que as providências sejam tomadas e os culpados punidos", frisa o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. Mesmo diante do estado de pandemia, o CIAPPI tem dado continuidade aos seus atendimentos e orientações. Além disso, o programa também realiza o monitoramento periódico de ILPIs. em conjunto com rede (estadual e municipal) de atenção às pessoas idosas. Denúncias podem ser feitas de forma anônima, com todo o sigilo resguardado. Para realizar a denúncia, basta entrar em contato com o Centro pelo telefone (81) 3182-7649 ou pelo e-mail ciappi2016@gmail.com, no horário das 9h às 16h.
Ranking das violações que aumentaram de março a outubro de 2020:
1. Abandono
2. Violência Verbal
3. Violência Patrimonial
4. Ameaça
5. Perturbação do Sossego
6. Cárcere Privado
7. Autonegligência
lmprensa SEDH PE