Cerca de 35% das brasileiras com mais de 45 anos são afetadas pela osteoporose. A doença é caracterizada pela diminuição da massa óssea, fazendo com que os ossos fiquem mais frágeis, aumentando o risco de fratura. Mulheres na pós-menopausa apresentam fatores de risco para a doença, como também idosos e pessoas sedentárias, com dieta pobre em cálcio e vitamina “D”, que fumam, abusam do álcool e fazem uso exagerado de remédios à base de corticóides.
Segundo dados da Fundação Internacional de Osteoporose, 10 milhões de brasileiros sofrem com a doença, e a cada três segundos um osso se quebra, em algum lugar do mundo, por causa da osteoporose. Na maioria dos casos, o alerta para a doença vem justamente na forma de uma fratura. As mais comuns ocorrem no quadril, na coluna e no punho. Para esclarecer sobre o problema foi criado o Dia Mundial da Osteoporose, em 20 de outubro.
O ortopedista Rodrigo Amorim, do Hospital Miguel Arraes (HMA), explica que o diagnóstico é feito, geralmente, após o surgimento de fraturas uma vez que a osteoporose é uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas. Mas também existem outros aspectos: “a fratura é a característica mais clara. Porém, uma redução da estatura do paciente, dor nos ossos e nas articulações, ou a presença de ombros caídos ou corcunda podem indicar a perda da massa óssea. Nesses casos, um exame de densitometria óssea pode confirmar a doença”, detalha.
A densitometria óssea é o principal exame para detectar precocemente a osteoporose. Toda mulher em torno dos 55, 60 anos e homens de 60, 65 anos devem fazer esse exame. Adultos com mais de 50 anos, que tenham doenças que possam trazer fatores de risco, também devem ser avaliados. O Raio-X de coluna auxilia na busca de fraturas vertebrais (muitas vezes assintomáticas), enquanto exames de sangue e urina ajudam a investigar a causa da osteoporose em conjunto com a história e suspeita clínica.
No HMA, nos dez primeiros meses do ano foram realizadas 260 cirurgias de fêmur proximal, região localizada próxima ao quadril, muito comum em pacientes portadores de osteopenia e osteoporose. Fraturas desse tipo, além de limitarem a mobilidade e a execução de tarefas do dia a dia por longos períodos, podem colocar em risco a vida do paciente.
Osteoporose e Covid-19 - Apesar de atingir público-alvo semelhante, a exemplo das pessoas idosas, a osteoporose não está diretamente relacionada a um agravamento da Covid-19. No entanto, idosos têm maior chance de ter outras comorbidades, como diabetes, hipertensão e insuficiência cardíaca, que, associadas à osteoporose, agravam o quadro do paciente.
Tratamento - O tratamento para a osteoporose é feito com o uso de medicamentos que estimulam a produção de massa óssea. Porém, a prática de atividades físicas e mudanças na dieta, com a ingestão de cálcio somada à exposição ao sol durante 15 minutos, todos os dias, para a produção de vitamina “D” também são eficazes para combater a doença.
Pacientes com osteoporose também devem reforçar os cuidados no dia a dia dentro de casa. Retirar tapetes e obstáculos que aumentam o perigo de quedas, usar calçados com antiderrapante, evitar cantoneiras, ter uma fonte de luz perto da cama e utilizar barra nos banheiros são formas de evitar quedas, reduzindo assim o risco de fraturas e possível internação hospitalar.
Com informações da jornalista Iana Gouveia