A menina capixaba de 10 anos, grávida de cinco meses e vítima de estupro, foi trazida para Pernambuco para passar por um procedimento de aborto legal - permitido por lei em caso de estupro e risco de vida da mãe - conseguiu exercer o seu direito de não levar uma gravidez adiante. Era pra tudo acontecer em sigilo, uma vez que o caso versava sobre uma CRIANÇA DE 10 ANOS. Ela havia conseguido na justiça o direito de interromper a gestação.
No entanto, o hospital público de referência no Espírito Santo se recusou a fazer o procedimento, alegando que já estava em curso uma gravidez de 23 semanas (Uma gravidez normal é de 40 semanas). Por isso, ela acabou sendo trazida para Pernambuco, a fim de fazer a cirurgia no CISAM, unidade hospitalar de referência em aborto legal aqui no estado. Repito, era pra ser tudo em sigilo, sob acompanhamento da justiça do Espirito Santo e do Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos.
Mas a história foi vazada - ainda não se sabe como - e a extremista Sara Giromini, que não deveria estar em redes sociais, fez um vídeo no You Tube nomeando a menina e dando o endereço do hospital com o intuito de que pessoas contrárias ao aborto (como o grupo de católicos que esteve na porta do Cisam) fossem invadir (?) e impedir (?) que médicos fizessem o procedimento. Não adiantou o médico explicar ao grupo que a menina corria risco de vida. Em vão. E ainda foi chamado de "assassino".
A advogada Liana Cirne acompanhou tudo e informou que a menina conseguiu interromper a arriscada gravidez. "Sara Winter está MENTINDO que os médicos se negaram a realizar o aborto legal. Mas a interrupção já foi feita e a criança passa bem. Parlamentares evangélicos continuam na porta do hospital, promovendo tumulto. A preocupação agora é com agressões contra a criança e mãe", conta a advogada em sua conta no Twitter.
Agora algumas perguntas precisam ser respondidas:
1) Como a extremista obteve essas informações?
2) Nada será feito contra os que tentaram INVADIR o hospital?
3) A extremista não estaria proibida de falar em redes sociais?
4) Divulgar o nome da criança e o endereço do hospital não infringe o Estatuto da Criança e do Adolescente?
5) Quem vai proteger a menina a partir de agora?
6) O abusador continua foragido. Será que ele não vai ser preso?