Universidades e instituições de ensino técnico públicos de Pernambuco decidiram suspender as aulas, a partir de segunda-feira (16), devido à pandemia mundial do novo coronavírus. O anúncio foi feito neste domingo (15), durante reunião no Recife. Também esteve presente a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), que, apesar de privada, seguiu a decisão.
A previsão de reavaliação da suspensão é para o dia 31 de março. A decisão afeta a Universidade de Pernambuco (UPE), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape), Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão).
Todas as instituições citadas participam do consórcio Pernambuco Universitas, que reúne os gestores. De acordo com a reitora da UFRPE, Maria José de Sena, a suspensão das atividades tem caráter preventivo.
“Como gestores públicos e de instituições de ensino, com grandes aglomerados, temos uma responsabilidade dobrada. Isso porque não podemos pensar apenas na nossa comunidade. Em uma pandemia como essa, temos que ter menos gente circulando, é o que dizem os grandes nomes da epidemiologia. Não podemos ignorar quando uma contaminação já se instalou”, declarou Maria José.
De acordo com a secretária executiva de Gestão do Trabalho, Educação e Saúde de Pernambuco, Ricarda Bezerra, a posição do estado, até a tarde deste domingo, era de avaliar localmente a situação da epidemia.
“A posição de hoje à tarde é essa. No estado, temos a situação epidemiológica no Recife, que demanda a suspensão das atividades, o que já foi feito pelo município, para a partir de quarta-feira (18). Agora, aguardamos definições futuras. Pode ser que, depois, tenha um novo posicionamento do governador, mas a posição atual é esta”, declarou.
O professor Jones Albuquerque, da UFRPE, falou sobre a necessidade de aumentar os leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no estado, para o melhor tratamento dos pacientes.
“A gente não conhece essa infecção, estamos aprendendo. Entre os infectados, 20% deles são graves e normalmente precisam de UTIs. Temos 62 leitos disponíveis agora. Se multiplico isso por cinco, temos 310. Se tivermos isso, já estouramos as UTIs. Por isso, nossa recomendação é desconectar as pessoas”, afirmou.
Portal G1