domingo, 22 de março de 2020

#ElasFazemADiferença [11]

Ela foi aclamada santa este ano (2020), mas quem a conheceu, tem a certeza plena de que ela já era santa em vida. Não só pela vida religiosa, mas principalmente pelas obras sociais. Chamada de "O Anjo Bom da Bahia", Santa Dulce dos Pobres doou a própria vida pela causa dos mais necessitados. Quando criança, costumava rezar muito e pedia sinais a Santo Antônio, pois queria saber se deveria seguir a vida religiosa ou se casar. Desde os treze anos de idade, depois de visitar áreas carentes, acompanhada por uma tia, ela começou a manifestar o desejo de se dedicar à vida religiosa. Na juventude já lotava a casa de seus pais acolhendo doentes. Ela também criou e ajudou a criar várias instituições filantrópicas: uma das mais importantes e famosas é o Hospital Santo Antônio, que foi construído no lugar do galinheiro do Convento Santo Antônio. Hoje o hospital atende diariamente mais de cinco mil pessoas.

Em 13 de agosto de 1933, após seis meses de noviciado, ela fez sua profissão de fé e votos perpétuos, tomando o hábito de freira e recebendo o nome de Irmã Dulce, em homenagem a sua mãe, aos 19 anos de idade. Em seguida (1934), voltou a Salvador. Sua primeira missão como religiosa foi ensinar em um colégio mantido pela sua congregação, na Cidade Baixa, além de também assistir as comunidades pobres da região. Em 1936, com apenas 22 anos, fundou, com Frei Hildebrando Kruthanp, a União Operária São Francisco, primeiro movimento cristão operário da Bahia. No ano seguinte, sempre com Frei Hildebrando, criou o Círculo Operário da Bahia, mantido com a arrecadação de três cinemas que ambos haviam construído através de doações.Tinham como finalidade a difusão das cooperativas, a promoção cultural e social dos operários e a defesa dos seus direitos.

Após 50 anos de trabalho,1990, Irmã Dulce começou a apresentar problemas respiratórios, sendo internada no Hospital Português da Bahia, depois transferida à UTI do Hospital Aliança e finalmente ao Hospital Santo Antônio. Em 20 de outubro de 1991, recebe no convento, em seu leito de morte, a segunda visita do Papa João Paulo II ao Brasil para receber a bênção e a extrema unção. O "anjo bom da Bahia" morreu em seu quarto, de causas naturais, aos setenta e sete anos, às 16:45 do dia 13 de março de 1992, ao lado de pessoas queridas por ela, como as irmãs do convento. 

Em vida, Irmã Dulce construiu e manteve uma das maiores e mais respeitadas instituições filantrópicas do país — as Obras Sociais Irmã Dulce. O seu verdadeiro legado de amor e devotamento ao próximo.