A antropóloga, professora, ensaísta e pesquisadora de Bioética, Débora Diniz desenvolve projetos de Bioética, Feminismo, Direitos Humanos e Saúde. Dentre suas pesquisas mais relevantes, está a Pesquisa Nacional de Aborto — PNA, publicada em 2010, que mostrou que uma em cada cinco mulheres até os 40 anos já fez, pelo menos, um aborto, o que representa cerca de cinco milhões de mulheres. Diniz também foi cocoordenadora de um estudo censitário sobre os serviços de aborto legal no Brasil, em parceria com o médico Alberto Pereira Madeiro. Com a avaliação de 68 serviços em todo o Brasil, pesquisadores mostraram existir um distanciamento entre a previsão legal e a realidade dos serviços, e que exigências para o acesso ao aborto legal, não previstas em lei, dificultam o acesso das mulheres aos serviços.Até 2016, Debora Diniz havia recebido cerca de 90 prêmios por seus documentários ou por seus trabalhos acadêmico-científicos. Um dos mais importantes foi o Fred L. Soper Award for Excellence in Public Health Literature, da Organização Pan-Americana de Saúde, em 2012, pela publicação dos resultados da Pesquisa Nacional de Aborto. Está exilada desde 2018, pois precisou interromper sua carreira de professora do curso de Direito na Universidade de Brasília, após receber ameaças de morte por parte de grupos fundamentalistas cristãos, em consequência de sua militância nas questões de gênero. Por segurança, não revela onde está. Mas continua extremamente ativa, escrevendo para revistas e atuante nas redes sociais.