O ator, diretor e dramaturgo Oséas Borba Neto, do movimento Guerrilha Cultural, fez um manifesto em favor dos artistas, pois, com o cancelamento de eventos artístico-culturais, todos os profissionais da área - atores, cantores, iluminadores, técnicos de som, cenógrafos, figurinistas, entre tantos outros trabalhadores - ficam desamparados, pois sem trabalho, ficam sem receber. A economia gerada pelas manifestações artísticas responde por mais de 3% do Produto Interno Bruto nacional. Leia a seguir, o manifesto da Guerrilha Cultural, solicitando o apoio para a criação de uma lei para o seguro e o amparo financeiro do artista:
O Movimento Guerrilha Cultural, com atuação no estado há 11 anos, vem parabenizar os cuidados tomados pelo Governo do Estado de Pernambuco e a Prefeitura do Recife, para tentar barrar o avanço da COVID-19, entendemos a preocupação com o cancelamento dos eventos culturais na cidade e no estado, para preservar a População, Artistas, Técnicos e Produtores, mas também se faz necessário lembrar que toda uma cadeia produtiva é penalizada e necessita ser pensada soluções urgentes.
Quando se suspende apresentações Culturais devido a uma pandemia como a que estamos vivendo, é a classe artistica que arca sozinha com o prejuízo destes cancelamentos, da falta de trabalho e não existe um seguro de proteção para está categoria que tanto colabora com a nossa economia direta e indiretamente nesta imensa cadeia produtiva da Cultura.
Somos responsáveis por quase 3% do PIB nacional e mesmo assim desde o início do atual Governo Federal, desde o seu primeiro ato, a Cultura e os Artistas tem sido alvos constantes de desmontes, perdas de editais, fomentos e até mesmo o seu Ministério.
Precisamos pensar em uma lei de seguro e defesa do artista, assim como outras categorias o tem, a exemplo do seguro defeso na pesca. Muitos Artistas, Técnicos e Produtores vivem de sua arte, temos que ter jogo de cintura para lhe dar com atrasos de cachês, falta de espaços para trabalhar e uma série de dificuldades, onde muitas vezes somos nossos próprios produtores.
É necessário que nossos Deputados e Deputadas, Vereadores e Vereadoras se detenham na problemática desta imensa e diversa cadeia produtiva, que nosso Governador e Prefeitos entendam que na falta de apresentações e eventos, não temos salários, patrocínios e remunerações para sobrevivermos. E se faz urgente a criação de uma força tarefa para buscar soluções conjuntos para está classe tão penalizada, mas sempre atuante na defesa de nossa democracia, da formação, conscientização e diversão de toda a população.
Entendemos que juntos somos fortes, que podemos ser parceiros sim, sem necessário ficarmos reféns. Contamos com a lucidez de nossos representantes e nos colocamos ao lado para encontrarmos uma solução sem a penalização desta classe já tão guerreira.
Atenciosamente,
Movimento Guerrilha Cultural