A Zona da Mata Norte pernambucana, composta por cerca de dezoito municípios, têm motivos de sobra para festejar neste Carnaval. É que além de celebrar as tradições da cultura popular, a partir deste mês, a região ganha a circulação da Revista Canavial, espaço dedicado à memória e ao fazer cultural das pessoas e instituições da região. Editada para versão em papel, e, agora, também digital, a publicação entra em circulação a partir desta sexta-feira (21), com distribuição gratuita nos municípios e disponível para download na internet. Sucesso entre os anos de 2013 a 2014, a revista é escrita por jornalistas, produtores e ativistas culturais da própria Mata Norte. Nela, o público vai poder encontrar relatos, fotografias, entre outros registros memoráveis das atividades culturais que acontecem nas cidades.
“O novo projeto da Revista Canavial traz um material rico em história e memória no que diz respeito às manifestações culturais da Mata Norte. Pernambuco ganha mais um registro cultural do que vem sendo produzido artisticamente há muitos anos. A revista ressurge num momento de resistência destes(as) brincantes e protagonistas de vida de luta em nome da arte”, comenta o jornalista e coordenador da revista, Ernandes Tavares.
Em sua edição de estreia, a Revista Canavial traz uma reportagem especial, com destaque para a importância da participação das mulheres no movimento cultural na região, que muitas das vezes são tratadas como invisíveis, durante todo o carnaval. A edição vai revelar, ainda, trabalhos inéditos de mulheres e homens que dedicam suas vidas à arte-educação aos mais jovens, como forma de transmissão de saberes. História de artistas, grupos e instituições culturais ganham terão espaço na seção voltada à biografia. A política cultural fomentada na região também está pautada dentro da revista.
“Estamos entregando ao leitor uma revista que tem a proposta de promover uma reflexão sobre a complexidade da cultura criada pelos que vivem na Zona da Mata, que notabilizou pelo doce do açúcar e pelo amargo de seus trabalhadores. A cada página, buscaremos representar a identidade cultural, social e comportamental de toda uma gente que nasceu e vive na Mata Norte, que respira e inspira nomes da cena musical, teatral e cinematográfica pernambucana e do Brasil”, comenda o produtor cultural e integrante do conselho editorial, Afonso Oliveira.
O projeto, voltado à difusão da cultura popular e de outros ofícios culturais da região, é fruto do incentivo do Fundo Pernambucano de Cultural (Funcultura), Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco (Secult - PE), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e Governo do Estado. Uma grande novidade desta edição, é que além de chegar às mãos do leitor, na versão papel, a Revista Canavial entra no circuito digita. A proposta é que o leitor passar ter acesso a todo o conteúdo por meio do celular e computador.
A versão digital, disponível no site (https://bit.ly/2PaAVCX) pode ser baixada, e compartilhada nas redes sociais, gratuitamente.
Com proposta de publicação bimestral, a Revista Canavial conta com uma importante equipe. O jornalista e coordenador do projeto, Ernandes Tavares, abre sua caixa de ideias e palavras, para falar sobre os diferentes temas culturais. O pesquisador e produtor cultural Afonso Oliveira é o responsável por escrever sobre política culturais em desenvolvimento na Zona da Mata. A professora e produtora cultural, Wanessa Santos comanda as pautas voltas às iniciativas educacionais. Juntos, eles são os responsáveis pelo conselho editorial. Já o jornalista Salatiel Cicero, assina a seção biografias, espaço dedicado à memória cultural, com um olhar à vida e obra dos artistas, grupos e instituições. A ativista do movimento de mulheres pretas, Carlita Roberta, escreve sobre o protagonismo feminino - uma seção exclusiva para falar de mulheres na cultura. A identidade visual é assinada pelo produtor cultural, Alexandre Veloso; e as fotografias, que ilustram as páginas da Revista Canavial são de Ederlan Fabio.
Com informação dos jornalistas Salatiel Cícero e Ernandes Tavares