Em meio ao cinza urbano, um pontinho de esperança. Quem passa pela Praça do Derby, no Centro do Recife, provavelmente já viu um homem de traços indígenas carregando uma placa. A mensagem diz que ele é venezuelano e que precisa de ajuda, não apenas esmolas, mas também uma oportunidade de trabalho.
Seu nome é Santo Andy, natural da cidade de Tucupita, no Nordeste da Venezuela. Casado com Dona Hélia, ele tem cinco filhos: Andy, Proilán, Mari, Érica e Candy. A família está no Recife há quatro meses e para sustentá-lá, Santo busca um trabalho como gari ou ajudante de pedreiro.
Em Tucupita, Santo trabalhava como frentista em um posto de combustíveis. A cidade era um grande polo da indústria petrolífera, a oeste do Rio Orinoco, o principal do país. Hoje a Venezuela vive uma grande crise sócioeconômica, principalmente após o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos.
Santo Andy e sua família integram uma estatística de refugiados venezuelanos, que formam o segundo maior contingente do mundo, superados apenas pelos sírios, que sofrem com uma guerra civil. Eles chegam ao Brasil com um só desejo: uma vida melhor, com dignidade e um ponto de esperança.