Enquanto a extrema-direita
brasileira anunciou a formação do partido Aliança pelo Brasil, as esquerdas
agora contam com um novo grupo político, a Unidade Popular pelo Socialismo (UP),
cujo número eleitoral é 80. No dia 10 de dezembro, a UP conseguiu o registro
definitivo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dessa forma, ela poderá já
poderá participar das Eleições 2020 lançando candidaturas a prefeito e
vereador.
A UP tem base formada por
movimentos sociais dos mais variados segmentos, como o Movimento Negro, Grupos
Feministas e Grêmios Estudantis. Seu presidente, Leonardo Péricles, de 37 anos,
é de Belo Horizonte e se destaca por seu trabalho em movimentos antirracistas e
de trabalhadores urbanos sem teto. Inclusive, ele vive em uma ocupação na
capital mineira.
Ao mesmo tempo em que outros
partidos lutam para ter direito a registrar assinaturas eletrônicas, a UP
conseguiu levantar 1 milhão e 200 assinantes, a maioria esmagadora de
trabalhadores e integrantes dos mais diversos movimentos populares. O blog
conversou com lideranças do novo partido e mostra para vocês de que forma elas
pensam e sentem a política brasileira.
O Brasil tem oito partidos de
esquerda: PT, PDT, PSB, PSol, PCB, PCdoB, PSTU, PCO e mesmo assim a UP não se
sente representada por eles. “Não podemos esperar autocrítica de outros
partidos, pois fizemos nossa parte e resgatamos a esquerda que usa o partido
como instrumento de luta”, afirma Rafaela Correa, militante do Rio de Janeiro.
Thiago, do diretório de Pernambuco complementa: “Um partido é ter um projeto
para o país. E, na nossa visão, nenhuma dessas organizações políticas tem um
programa como o da Unidade Popular”.
O partido já nasce com um
desafio, o de ser oposição ao atual governo federal. “O fundamental, na nossa
opinião, é a resistência nas ruas, a mobilização, e é nisso que podemos ajudar
mais nesse momento inicial. Colocar o povo na rua é a principal tarefa para
derrotar as retiradas de direitos do povo trabalhador. Nosso principal debate
com os outros partidos é sobre não se limitar a atuação no congresso, ampliar a
democracia para as ruas”, finaliza Fábio Antônio, de Goiás, integrante do
diretório nacional.