terça-feira, 5 de novembro de 2019

Ministério Público: Audiências e interrogatórios agora podem ser realizadas por videoconferência

Um juiz senta-se de frente de um acusado para ouvir seu depoimento. Estão presentes seus advogados de defesa, escrivão, promotores e outros interessados na audiência. Uma cena comum no dia a dia a judiciário, certo? A única diferença são os quilômetros de distância entre o juiz e o réu, que podem estar em cidades diferentes. Isso só é possível por meio da tecnologia de videoconferência que, a partir de agora, pode ser utilizada nas audiências e interrogatórios em Pernambuco com a assinatura realizada nesta quinta-feira (31), da Instrução Normativa Conjunta n.º 001/2019 que regulamenta e legaliza o procedimento.

O documento regulamenta a realização das audiências e interrogatórios por meio de videoconferência, podendo ocorrer com acusados e testemunhas de inúmeras localidades, de forma simultânea, no mesmo dia, sem a necessidade de uso de escolta, viagens ou gastos. A ação resultará numa economia de R$ 200 mil mensais, só no quesito combustível, bem como a implementação de 20 salas de videoconferências nas diversas varas e Comarcas do Estado, bem como nas unidades prisionais.

“Esse trabalho está sendo construído há muito tempo e finalmente está se tornando realidade. A Constituição Federal garante ao cidadão o direito à uma prestação jurisdicional célere, assim, a possibilidade de realizar audiências e investigações por videoconferência está em consonância com o processo penal inteligente e trará uma série de benefícios de tempo, evitando deslocamentos desnecessários, de segurança e racionalizando o emprego dos recursos públicos”, disse o procurador-geral de Justiça de Pernambuco (PGJ-PE), Francisco Dirceu Barros. As salas estarão em pleno funcionamento a partir de janeiro de 2020.

“Essa é uma tarde histórica, pelo ganho que temos para a segurança pública, sistema de justiça criminal e também para a população. São deslocados, diariamente, centenas de policiais militares e agentes penitenciários para acompanhar julgamentos em outras cidades, até regiões. Também há um grande custo com o transporte e combustível. Agora, teremos uma economia e também uma otimização dos nossos recursos humanos em favor do policiamento nas ruas”, explica o secretário Antônio de Pádua.

O TJPE está realizando a aquisição de 20 kits de videoconferência que já estarão disponíveis para implantação nos próximos 40 dias. “Com essa ação estamos também resgatando a cidadania, o respeito, a dignidade, a segurança e garantindo da economia de recursos. Não só para as pessoas que estão privadas de liberdade, mas também para os familiares, que merecem a dignidade que devemos proporcionar”, disse o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, o desembargador Adalberto de Oliveira.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a Defensoria Pública do Estado de Pernambuco (DPEN), a Secretaria de Defesa Social do Estado (SDS-PE), a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) e a Corregedoria-geral da Justiça de Pernambuco (CGJ-PE) foram as instituições que assinaram o documento.

Participaram da solenidade o presidente do TJPE, o desembargador Adalberto de Oliveira Melo; o corregedor-geral do TJPE, o desembargador Fernando Cerqueira; o representante do Judiciário no Pacto pela Vida, o desembargador Fausto Freitas; o defensor público-geral, José Fabrício Silva de Lima; o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico; a corregedora-geral da SDS, Carla Patrícia Cunha; o assessor da Procuradoria-geral de Justiça de Pernambuco, o promotor Luís Sávio Loureiro; a corregedora auxiliar da Corregedoria-geral do MPPE, Tatiana Souza Leão; o assessor técnico da presidência do TJPE, João Targino; a juíza, Fernanda Chuahy.

Imprensa MPPE