A obesidade é uma doença crônica e que vem crescendo assustadoramente, no Brasil e no mundo, com o passar dos anos. De acordo com recente pesquisa divulgada no último dia 15 de setembro de 2019, o número de cirurgias bariátricas realizadas no país aumentou 84,73% ao passar de 34.629 em 2011 para 63.969 em 2018, segundo balanço feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (SBCBM). Nos oito anos em que o levantamento foi feito, 424.682 pessoas fizeram a operação de redução do estômago, o que corresponde a 3,12% das pessoas que estão dentro do grupo de pacientes aptos e para quem há indicação de cirurgia (13,6 milhões em todo o país).
Segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, do Ministério da Saúde, a obesidade afeta 18,8% dos brasileiros e mais da metade (55,7%) tem excesso de peso. Essas pessoas podem ter a qualidade de vida afetada por doenças como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, alterações do colesterol e triglicérides, além de aumentar as chances de arteriosclerose, além de outras patologias.
Os dados da pesquisa mostram ainda que, das 63.969 cirurgias bariátricas realizadas em 2018, 77,4% foram através de convênio médico; 17,8% foram pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e 4,8%, com recursos particulares. “Algumas pessoas não têm acesso, seja pelo local onde moram, por não terem um convênio médico ou outros motivos; outras têm medo de fazer o procedimento e outras não têm informação mesmo. Para outras, falta que o próprio indivíduo obeso se reconheça como portador de uma doença crônica incurável”, disse.
De acordo com o cirurgião bariátrico Walter França (foto), que tem mais de 4 mil cirurgias no currículo e é um dos pioneiros na cirurgia robótica no Estado, a espera média para uma cirurgia gratuita na Rede Estadual gira em torno de 1 ano e meio. “ A demora já foi de 5 anos. Hoje, ainda é grande mas, já reduziu bastante. Os hospitais Oswaldo Cruz e das Clínicas, realizam o procedimento em Pernambuco, pelo SUS."A obesidade é uma doença onde existe um desequilíbrio entre a sensação de fome a de saciedade e com isso a pessoa come mais do que deveria ou mesmo comendo pouco gasta pouca caloria e vai engordando ao longo da vida”, ressalta Dr. Walter França.
Muitos pacientes ainda têm medo da cirurgia que tem uma taxa de mortalidade muito baixa de 0,2% a 0,3%. Hoje o procedimento é minimamente invasivo e feito através da videolaparoscopia e, através da robótica. A taxa de complicações pós cirurgia é menor do que uma cesárea e uma de um procedimento para retirada da vesícula. “Hoje já se sabe que o melhor tratamento para a obesidade mórbida é a cirurgia bariátrica, porque no tratamento clínico conservador o emagrecimento é muito pequeno e a recidiva é muito alta. A chance do obeso que não opera morrer pela obesidade é muito maior do que a chance de morrer pela cirurgia", ressalta França.
Para ser operado pelo SUS o paciente é necessário ter mais de 16 anos e passar por uma consulta com um endocrinologista que avaliará o caso. O especialista pode ser credenciado na rede do seu plano de saúde ou atender no SUS. mas é importante saber que a redução de estômago só será feita no sistema público de saúde quando for a última opção. Ou seja, talvez você precise passar por um tratamento médico para tentar emagrecer. Se o médico diagnosticar que o único caminho para sua doença é a cirurgia bariátrica, ele fará o pedido da operação no SUS, mas você entrará em uma fila de espera para ser encaminhado a um hospital público.
A cirurgia bariátrica é indicada para aqueles que tem obesidade por mais de dois anos, que tenham tentado o tratamento clínico com o endocrinologista ou com o especialista em obesidade para emagrecer e não obteve sucesso. "Nós levamos em conta o IMC (Índice de Massa Corpórea) que é calculado com base no peso e na altura da pessoa. O IMC de 40 para cima tem indicação de cirurgia e aquele que tem de 35 para cima, mas já tem doenças provocadas ou agravadas pela obesidade, também tem essa indicação", salienta Dr. Walter.
O paciente, antes de se submeter a cirurgia, é acompanhado por uma esquipe multidisciplinar formada por psicólogo, nutricionista, endocrinologista, cardiologista, preparador físico, enfermeira, fonoaudióloga. “É necessário que o paciente se conscientize que ele vai ter uma ferramenta que vai ajudá-lo a emagrecer, mas ele tem que ter sua participação, seguindo todas as recomendações do pós cirurgia, incluindo o acompanhamento do endócrino para o resto da vida, porque a doença obesidade continua lá. A mudança de hábitos alimentares bem como, a prática de alguma atividade física, faz-se necessária.
SERVIÇO:
Dr. Walter França
Consultório G, 5 º andar do Hospital Esperança, na Ilha do Leite
Informações: (81) 3424.9796/ 3423.2772/ 3131.7887